McFLY YOU'RE FIRED

[richter]

Srs.,

O cartão-vermelho me pegou aos 45 do 2º tempo em 2015. A partir de agora 17/12 vai ter novo significado no meu calendário: Início de uma insônia sem fim.

Lá se foram 10 exaustivos anos com TI, do estágio ao NOC, do helpdesk a infraestrutura e a tortura final, gerência de equipe.

Estava com promoção aprovada desde OUT (a ser publicada na CLT este mês), junto disso, ajuste considerável de R$. Resumo da história: Entre OUT/DEZ fiz mais dividas do que o ano inteiro junto (além das existentes anteriores a 2015). Rescisão já dançou pra quitar coisas com juros de 12x, 24x, etc.

A merd* é: Estou a 5 anos frio tecnicamente falando (a não ser que MCP de XP/7 ainda tenha valor) o que tem me dado chute na cara ao avaliar requisitos de vagas pagando próximo ao que ganhava e outros 5 sem concluir certificações de gerência para vagas ganhando o mesmo.

Pergunto.

O que andam fazendo para tirar o pão do dia?

E, mais importante, conhecem (nos seus cenários ou não) o que já é ou pode ser tendencia para gerar receita a curto prazo com TI (ou não) neste primeiro semestre?

...é bem o que parece, quase um grito desesperado de "me digam onde tem trabalho".  

[King]

Eu estou falido faz uns anos, mas estava levando numa boa pq tinha um cliente fixo que me rendia uns trocados, suficientes pra pagar minhas contas sem ter que pedir pros outros. Em 2015 esse cliente faliu e... eu fiquei sem minha vaquinha.

Analisei o cenário do emprego atual e... mesmo na área de informática parece que não tá rolando grana. Tem menos emprego, tão mais exigentes, pagando menos. Pra ajudar, as tecnologias que eu investi meu tempo aprendendo estão caindo em desuso, sendo trocadas por outras que não me agradam tanto.

Estou seriamente pensando em jogar tudo pro ar e começar do zero, "lá fora". Para tal, preciso de fluência em outro idioma. To pensando em vender meu carro, meu pc e o que mais for necessário, pegar a grana e ir fazer aulas de inglês lá fora pra acelerar a fluência. Já tenho um vocabulário razoável, é mais questão de conversação.

Uma vez fluente em inglês, to pensando em tentar entrar pra trabalhar num navio cruzeiro. Sim, trabalho escravo, 18 horas por dia, sem finais de semana, preso num navio por 6 meses, dormindo com mais 3 machos no mesmo quarto. O motivo: salário + gorjeta na faixa dos 40 mil dólares por temporada (6 meses). Limpos. Sem gastar com dormitório ou alimentação. Com o dólar a 4 reais (e tendência de subir mais), tá me parecendo ser uma alternativa viável. 2 anos fazendo esse sacrifício e daria pra tirar uns 600 mil reais. Um dinheiro desses na poupança renderia 3k por mês, praticamente uma aposentadoria.

A única coisa que tá me segurando por enquanto é a questão dos fuckin impostos brasileiros. Teria que ver um jeito de entrar com esse dinheiro no país. Tem limite de dólares que vc pode trazer do exterior sem pagar imposto, acima desse limite vc tem que declarar. Aí paga imposto quando entra no Brasil, paga taxa de cambio pro banco, depois imposto de renda pq obrigatoriamente vai passar por uma conta corrente, e pra finalizar, poupança acima de 50 mil paga imposto também. Se tiver que pagar todas essas taxas e impostos, pode ser que não compense... mas estou tentado a arriscar.

[Billy Lee Black]

Eu ia falar do Canadá, mas pelo visto você já foi atrás disso.

O cenário pra profissionais de TI lá parece muito bom. Já conheço dois que largaram tudo aqui no Brasil e foram pra lá (inclusive um com emprego estável no serviço público, onde ganhava cerca de 15k).

Mas eu achava que bastava o inglês, que não precisava do francês.

Quanto a Orlando, eu digo pra você desistir. Já conversei com brasileiro que morá lá e que me falou que ficar nos USA ilegalmente é muito ruim. E pra se conseguir um visto permanente lá é difícil pra caraio. Esse cara tinha conseguido porque se casou com uma americana.

Bem, e pelo menos aqui em Brasília, tem sobrado vaga pra desenvolvedor. O principal é Java. Mas sei de lugares, como a Autotrac, que trabalham com C/C++, e vira e mexe tem vaga lá.

Mas a média salarial inicial não é muito empolgante...

[Dedu]

A curto prazo é difícil se você não souber, mas como o Billy falou, tem muita vaga de desenvolvedor no mercado, e é uma área onde da pra crescer bem rápido. Por outro lado geralmente se apanha bastante trabalhando como desenvolvedor dependendo da empresa/projeto, e tem a necessidade de sempre estar aprendendo coisas novas e se atualizando, não da pra ser programador especialista em uma linguagem só hoje em dia. Talvez se focar em uma muito usada mesmo, tipo Java, mas mesmo assim acaba correndo o risco de a tendencia mudar pra outra tecnologia e você ficar defasado, até mesmo na mesma linguagem. Em Java mesmo se você não conhecer alguns frameworks essenciais você acaba ficando defasado mesmo dominando o core da linguagem por exemplo.

Eu acho a possibilidade de ir pro exterior mais bacana no entanto

Tenho muita vontade de sair daqui também, mas sou muito apegado a família/amigos, então acabei desistindo da ideia. Mas não conheço uma pessoa que foi pra fora e se arrependeu. Tem uns amigos meus no Canada que não voltam pra cá por nada. É outro padrão de vida, sem comparação.

[Zanza]

Minha irmã retornou no final de ano da Austrália. Havia conversado com ela sobre uma lista de área de profissionais "faltantes" liberada pelo consulado, semelhante a do governo canadense. Conheço algumas pessoas que voltaram de lá, é outra opção interessante e como a base é inglês facilita, porém acredito que o Canadá abraça melhor os estrangeiros, até porque depois da crise européia parte da mão de obra de lá imigrou para região

[Dedu]

Duro da Austrália é o risco de vida. 80% dos bixos daquele lugar são letais/venenosos