Half Minute Hero: The Second Coming

Started by Baha, Mar 26, 2016, 16:13:20

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Baha


E terminei Half Minute Hero: The Second Coming.

O primeiro game tinha me impressionado pela sua magnitude e esse impressionou mais ainda. Foram quase 50 horas para fazer tudo nele.

Visualmente o jogo mantém o pixel art, mas agora os sprites melhoraram bastante e não têm mais o aspecto "mais feio do que deveria de propósito". Já os cenários continuam lembrando muito RPG Maker.



A trilha sonora é excelente e bastante variada, com quase nada irritante e algumas composições que grudam na cabeça.

Aliás, é impressionante a variedade em termos de aspectos técnicos. O jogo é cheio de bosses com sprites únicos e a trilha sonora tem mais de 90 músicas. Claro, nem tudo é memorável, mas há várias que se destacam.

O gameplay do jogo evoluiu pra um JRPG completo, mas com vários aspectos simplificados e agilizados. Agora existe um grupo customizável com personagens que vão se juntando a você durante a aventura, formações, skills aprendidas pelas armas, classes, um castelo onde fica seu grupo e que pode ser expandido e customizado, e que funciona como um mech para batalhas com monstros gigantes, dentre várias outras coisas. Os principais momentos de ação ocorrem nas "quests", que são basicamente a mesma coisa que as missões do primeiro jogo, quase todas com o clássico limite de 30 segundos. Fora das quests você pode explorar o mundo e possui um "nível global" e dinheiro global, que são conseguidos lentamente e persistem por todo o jogo.



Tudo isso é bem interessante, mas torna o jogo mais denso e a progressão mais lenta. Ao invés dos vários modos com gameplay variado e a ambientação em várias eras (todas medievais) do primeiro, aqui o modo principal é dividido em grandes capítulos que se estendem por diferentes eras, variando entre medieval, futurista e pós-apocalíptico com um estilo Mad Max/Hokuto no Ken, mas que compartilham o mesmo gameplay-base, com a variedade ocorrendo através de particularidades dentro de cada quest.



Se o primeiro era um jogo com um clima quase totalmente leve e que tirava sarro das convenções dos JRPGs, esse aqui decide pelo contrário abraçar essas convenções e clichês plenamente. A história, continuação direta dos eventos anteriores, dessa vez se leva a sério e o humor (ainda bastante presente, mas muito menos que no seu antecessor) fica nas costas de alguns personagens ao invés de estar em tudo e todos. Isso por outro lado resulta em cenas e diálogos maiores, o que torna tudo mais demorado. E apesar de ser possível pular tudo, é bom prestar atenção ao menos na primeira vez, pois é nessas cenas e diálogos que estão preciosas dicas para os "puzzles" de cada quest e inclusive para encontrar certos segredos no mundo. Outra coisa que eu notei é que a progressão dos "grandes eventos" é muito formulaica. Hora de matar os 5 isso! Agora os 9 aquilo! Agora os 7 sei-lá-o-que! Durante o avanço nesses arcos vai ocorrendo bastante desenvolvimento de personagens e do background do mundo, mas essa estrutura não deixa de ser meio desanimadora. Por fim, todo o tom de seriedade e importância do enredo central fazem com que as referências a outros jogos e séries, algumas bem descaradas, acabem dando um pouco de vergonha alheia.



O problema de tudo isso é que o novo ritmo acaba tornando o jogo um pouco cansativo em alguns momentos. No primeiro tudo era frenético e a adrenalina estava sempre em alta. As missões voavam uma após a outra e os modos alternativos ainda ofereciam mudanças significativas de gameplay. Aqui, porém, as coisas tendem a estagnar. O enredo mais sério acaba contribuindo, pois limita o tipo de bizarrices engraçadas que podem ocorrer com certos personagens.

Mesmo assim valeu a pena e foi uma entrada-surpresa extremamente válida pro meu repertório de JRPGs.