Half Minute Hero: Super Mega Neo Climax Ultimate Boy

Started by Baha, Mar 18, 2016, 15:49:58

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Baha



Terminei Half Minute Hero: Super Mega Neo Climax Ultimate Boy, mais um jogo que deve causar convulsões incontroláveis no Billy!

Eu fiquei impressionado com a quantidade de conteúdo do jogo, pois eu realmente achava que seria bem mais curto e/ou que os extras seriam irrelevantes, mas não foi nada disso.

Lançado originalmente pra PSP, Half Minute Hero te coloca pra derrotar uma série de vilões, todos tendo acabado de aprender uma magia que vai destruir o mundo instantaneamente e que leva 30 segundos pra ser conjurada! Isso se desenrola ao longo de 30 missões para impedir várias vezes o fim do mundo e descobrir quem está por trás disso, numa história fortemente voltada ao humor e escancarando diversos clichês dos JRPGs. Existem porém ramificações que levam a rotas alternativas com diferentes missões equivalentes, então na prática são em torno de 50 missões. Além disso o seu limite de tempo na verdade é bem maleável, pois a Deusa do Tempo está ao seu lado para essa lucrativa importante jornada e pode voltar o tempo pra você, por um preço... Sendo assim cada missão leva normalmente de 1 a 5 minutos em uma primeira tentativa bem sucedida. Mas contando fracassos e missões sendo refeitas para abrir ramificações o jogo acaba tendo uma duração bem maior do que pode parecer a princípio.



Graficamente, o jogo possui 2 modos: O original de PSP, com todo um estilo de RPG de 16 bits, mas personagens desenhados com pouquíssimos pixels gigantescos e estourados, e um atualizado para alta resolução que abandona o pixel art em prol de um estilo cartoon "grosseiro". Pode ser meio estranho se acostumar com qualquer um dos dois a princípio, mas eles possuem um charme próprio inegável, apesar de que isso pode não ser suficiente para várias pessoas.



As músicas são bacanas, se destacam e passam todo o climão de JRPG que o jogo propõe, além de combinarem com o ritmo frenético do gameplay.

Falando no ritmo frenético do gameplay, no modo principal de jogo, chamado Hero 30, tudo no jogo é muito rápido, compacto, conciso e resumido. É o equivalente nos games de assistir Kill La Kill. O mapa é onde você mais tem tempo de respirar e pode calmamente selecionar o equipamento para começar a próxima missão. Nas missões você tem uma visão superior clássica de JRPG de Snes enquanto está no campo aberto e tem uma visão lateral (estilo combates de Tales Of) nos combates e cidades.

As cidades são muito compactas. Uma ou duas lojas, a estátua da deusa onde você pode resetar o tempo, que não passa dentro da cidade, e um ou outro NPC pra te dar alguma dica. Tudo agrupado numa tela só.



Os combates rolam no automático, muito rápido e você só pode usar um item com X, que normalmente vai ser uma erva de cura. Equipamentos comprados/conseguidos são equipados automaticamente e não dá pra mudar eles antes de acabar a missão.




Ocorrem eventualmente umas cutscenes com diálogos no início e fim das missões, e as vezes em pontos intermediários. Elas normalmente, mas nem sempre, são breves e concisas também, mas é possível dar skip em tudo, com um efeito de ultra-fast-forward muito legal que encaixa perfeitamente em todo o clima de urgência.

As missões em si funcionam meio que como puzzles na prática. Seu objetivo básico é: Chegue ao castelo do Evil Lord e derrote o dito cujo em menos de 30 segundos, mas isso quase nunca é tão simples assim. Entre você começar muito fraco (seu nível reseta após toda missão. "Efeitos colaterais da manipulação do tempo da deusa"), o caminho até o castelo estar bloqueado, o chefe possuir alguma resistência que precisa ser contornada ou diversas outras razões, o game ganha um elemento de puzzle e investigação em que você precisa encontrar a forma mais rápida de descobrir o que e como fazer para cumprir a missão. Muitas vezes há inclusive soluções alternativas, e em alguns casos isso leva a ramificações que fazem com que a próxima missão mude. É possível sempre refazer a missão e abrir o caminho pras várias versões da missão seguinte, e então seguir as diferentes ramificações em paralelo. Isso inclusive é uma boa ideia, pois equipamentos ganhos vão se acumulando e são usáveis em missões posteriores de outros ramos, sendo sua melhor alternativa para começar novas missões com alguma vantagem.



Os créditos do jogo rolam em todo fim de missão, como se estivessem encerrando capítulos de uma série mas, claro, rola um skip em ultra-fast-forward.

Quando você finalmente termina a campanha principal, abrem uns modos extras, em que você joga outras aventuras com outros personagens. Curiosamente esses modos mudam dependendo do estilo gráfico que você está usando. No estilo "moderno" elas são basicamente missões estendidas com o mesmo gameplay-base do jogo principal, contendo algumas diferenças e alterações. Mas com os gráficos retrô em pixel art, esses modos são praticamente jogos completos, com gameplay e enredo próprios e 30 missões cada! Eles são em geral bem menores e mais simples que o jogo principal, mas além de estenderem a história eles possuem cada um seu próprio estilo de gameplay: Evil Lord 30 é um RTS simplificado, Princess 30 é um shmup e Knight 30 é um hero defense. Todos eles  incorporam a mecânica de limite de tempo à sua própria maneira, sendo que o Knight inverte a situação fazendo com que você queira esgotar os 30 segundos o mais rápido possível.





Após terminar esses 3, fica disponível o Hero 300, a verdadeira conclusão do jogo. É uma enorme missão no mesmo estilo do jogo principal, mas dessa vez com um contador de 300 segundos, sem possibilidade de ganhar tempo extra, e que encerra a história ao ser completada.

Depois de tudo isso ainda abre o último modo, Hero 3. É um desafio em que você precisa completar uma missão nos moldes do jogo principal, mas com o limite de 3(três(TRÊS)) segundos ao invés de 30. As estátuas nas cidades estão disponíveis, mas elas retornam o tempo de volta aos 3 segundos apenas. É um desafio possível, mas envolve falhar muitas e muitas vezes e traçar uma estratégia que calcula cuidadosamente cada passo dado, cada inimigo enfrentado e cada compra efetuada.

O modo como as coisas se desenrolam no jogo em geral mexem com a sua percepção de tempo. Chega um ponto em que você percebe que fez um monte de coisas e portanto deve ter gasto um bom tempo, mas você olha no relógio e vê que não passou tanto assim. É um jogo curioso. Você olha pra premissa, joga as duas primeiras fases e pensa que deve levar umas 6 horas pra extrair tudo o que o jogo tem a oferecer, mas depois se assusta ao perceber que levou 20 horas, mas com a sensação de que foram 40! Uma vantagem é que dá pra jogar tudo aos poucos. Qualquer sessão de 10 minutos te garante algum progresso, o que mostra que ele se encaixa como uma luva em sua plataforma original, que era um portátil. Eu achei o jogo muito divertido e recomendo que qualquer um sem alergia aos gráficos dê uma olhada. Eu comprei ele no Steam em um pack junto com sua continuação por um preço quase irrisório em uma das últimas sales que rolou.