Mirror's Edge

[Baha]

Comecei e terminei Mirror's Edge!

Bem curtinho, 7 horas contabilizadas. Um domingo de molho por causa da gripe foi suficiente.

O gameplay basicamente consiste em um jogo em primeira pessoa onde seu objetivo é sempre chegar do ponto A ao ponto B em algumas "missões". Para isso você precisa usar todo tipo de elemento no cenário para fazer altas manobras de parkour. Eventualmente a polícia vai aparecer para tentar te matar e você pode tentar brigar ou despistá-los e fugir, o que é mais recomendado porque Faith, a protagonista, tem a resistência de papel higiênico molhado, o que é quase tão frágil quanto um ser humano de verdade. Os cenários passam uma boa ilusão de serem expansivos, mas o caminho para progressão é geralmente muito linear, expandindo um pouco mais nas áreas onde você é obrigado a lutar para melhorar suas opções estratégicas. O jogo é cheio de momentos frenéticos em que você corre e pula loucamente enquanto é metralhado.



A história se passa em uma cidade distópica dominada por um regime opressivo com uma excelente capacidade de manter uma fachada bonitinha, e começa quando a irmã de Faith é incriminada pelo assassinato do principal rival político do atual prefeito. A protagonista, que já fazia parte de um grupo fora-da-lei de "correio clandestino" conhecido como "Runners", decide ir atrás de resolver as coisas. O desenrolar da história é bem simplória e tem exatamente as reviravoltas que você já espera desde os primeiros minutos, servindo mais como uma desculpa para tudo o que ocorre do que algo a se levar realmente a sério. As intermissões são contadas usando CGs feitas com cell shading, que dão uma sensação diferente do resto do game.



A parte que mais chama a atenção no jogo é o seu visual, principalmente no uso de cores e contraste. Acho que faz muitos anos desde a última vez que eu vi um céu azul de verdade em um jogo, sem uma tonelada de filtros para acinzentar/amarronzar tudo! O tema principal de cores do jogo é o branco. Isso é muito nítido nos cenários que mais aparecem no material promocional do jogo, que são os topos de arranha-céus. Existe porém alguma variedade, com cenários internos, subterrâneos e no nível do solo. Poucas outras cores são usadas, e todas têm muito contraste. O que não é branco é geralmente laranja, verde ou azul, todas extremamente vivas, causando um efeito visual muito único e dando uma atmosfera bastante especial ao jogo. É um visual estéril e limpo que as vezes lembra as câmaras de Portal, da Valve. O que fica mais estranho é o fato de que toda a vegetação é branca (ok, podem ser todas de plástico, mas mesmo assim é incômodo de uma maneira provavelmente proposital) e mesmo o asfalto das ruas é um cinza bem claro.



Uma cor pouco usada é o vermelho, já que ela tem um papel importante no gameplay: Ela é sua dica visual para alguns elementos com os quais você deve interagir para avançar na missão, e os elementos em questão mudam para essa cor quando você se aproxima. Isso é chamado de "Runner Vision" e pode ser desligado. Esse é um jogo em que eu concordo que pode ser interessante desligar o recurso para aumentar o desafio do gameplay, ao contrário do instinto de Tomb Raider.



Como não é um jogo tão recente e por trás de toda a personalidade visual temos uma geometria simples e poucos efeitos, ele rodou perfeitamente bem na minha máquina.

A parte musical do jogo não é bem meu estilo e acabou me soando bem esquecível, mas parece encaixar muito bem com o clima todo.

Concluindo, Mirror's Edge é legal para se pegar numa promoção a preço de banana e aproveitar a execução artística enquanto pula de um lado pro outro. Infelizmente ele não tem muito a oferecer além disso, mas se você se apaixonar ele parece ótimo para speedruns.