Terminei Tales of Innocence R, remake pra PS Vita do Tales of Innocence de DS. Resolvi jogar essa versão porque me pareceu que lidar com o gameplay e visual no DS traria estorvos desnecessários, e li que em termos de estrutura e enredo o remake ficou praticamente idêntico ao original.
Enredo
O ritmo da história no começo do jogo é atropelado e tem um estilo infantil. Tales of Legendia parece ter sido escrito PRA crianças, Tales of Innocence parece ter sido escrito POR pré-adolescentes. Alguns aspectos melhoram mais pra frente, mas de forma geral parece um trabalho mais amador que Abyss por exemplo. O pano de fundo, lidando com reencarnação é bem interessante, mas o desenvolvimento disso acaba não sendo tão bem aproveitado.
Além disso, apesar de ter muito desenvolvimento de personagens e suas relações, principalmente se você se dispor a ver todas as skits, eu realmente não gostei muito de boa parte dos personagens e da forma com a história trata eles. Tem um exagero de idiotices de anime e o pior é uma insistência em martelar as mesmas várias e várias vezes.
O jogo tem uma inundação de skits, muito mais até que Tales of Rebirth. Pelo menos aqui muitas têm mais propósito, se encaixando no sistema de afinidade que o jogo tem, já que várias delas melhoram afinidade automaticamente ou dão opções de resposta ao protagonista que podem afetar isso. Achei também que a proporção de skits totalmente inúteis frente ao total é menor que em Rebirth, mas nas inúteis rola muito draminha pré-adolescente.
Gráficos
Há várias cenas em anime, de boa qualidade. Também tem algumas cenas que, apesar de usarem os gráficos do jogo, são pré-renderizadas.
Apesar de ter sido lançado pro Vita, esse jogo tem gráficos que o PS2 facilmente conseguiria fazer, talvez até o PSP, principalmente sendo um jogo que roda a apenas 30 fps. Durante o gameplay o ângulo de câmera é sempre numa mesma perspectiva isométrica sem possibilidade de rotacionar, em todos os cenários, menos no overworld em que a câmera fica atrás do personagem num ângulo que te permite ver o horizonte e pode ser rotacionada. As cutscenes usam ângulos diferenciados, o que já coloca esse jogo à frente do Legendia nisso, mas as ações e os movimentos dos personagens nelas são normalmente um tanto limitados.
O overworld é bem ok visualmente, com um draw distance menos claustrofóbico que os de PS2, mas em termos de gameplay ele é muito simplório. Ele literalmente só conecta localidades da história, com basicamente nada opcional ou mecânicas específicas dele.
Som
Qualidade das músicas varia bastante, de irritantes a bem legais. Não teve nenhuma super memorável, mas as melhores são acima da média das de Rebirth ou Abyss, já as piores são piores que qualquer coisa dos jogos de PS2 da série.
Os diálogos são falados (em japonês porque esse jogo não teve localização oficial) nas cenas importantes e boa parte das skits, mas não percebi uma lógica por trás da decisão de quais skits são dubladas e quais não são.
Gameplay
O sistema de afinidade que existe entre os personagens existe basicamente para liberar mais skits e desenvolvimento, além de alguma cena especial na reta final. Não notei nenhuma diferença de gameplay associada a isso.
O jogo tem sua cota de sidequests espalhadas. Não são muitas e são pequenas, geralmente limitadas a coisas dentro das próprias cidades. Várias têm janelas de tempo, mas tanto o tempo quanto a localização são em geral intuitivos pra você não perder nada. Na reta final brota um bom tanto de conteúdo também, mas pros elementos mais obscuros o jogo faz a gentileza de basicamente te avisar quando você está procurando no lugar certo.
Aqui temos encontros aleatórios. Bizarro porque a versão de DS aparentemente usava inimigos visíveis no cenário. A frequência é meio irritante nas dungeons, também porque a estrutura de algumas envolve puzzles/vai-e-vem. As dungeons aliás são bem ok na maior parte do tempo. Li que na versão de DS elas eram horrivelmente longas e monótonas, e foram retrabalhadas aqui no remake. Conforme o jogo avança elas vão ficando de fato bem longas, mas em geral elas possuem elementos de gameplay que ajudam a evitar um pouco a monotonia. Algumas da reta final ficaram cansativas, mas de forma geral foram uma experiência bem menos sofrida que as de Legendia.
Para incrementar as estratégias de IA, além da configuração padrão de comportamento semelhante ao restante da série, o jogo tem um sistema de customização que é basicamente o sistema de gambits de FF12. Você define ações, alvos e condições, numa ordem de prioridade pros personagens seguirem. Se nenhuma das ações definidas dessa forma for executável em um certo momento, o personagem age de acordo com as regras padrão de IA configuradas.
Essa não parece ter sido a única inspiração de FF12 que tiveram, pois o sistema de aprendizado de skills passivas é um tanto parecido com o license board também, mas nesse caso há bem mais diferenças na forma como funciona comparado ao sistema de IA. Você usa o quadro para gastar AP para aprender skills passivas que são divididas em grupos, aprender todas de um grupo te dá um aumento permanente de algum atributo. Você pode aprender qualquer skill disponível no quadro, e as que estão disponíveis são determinadas pelo avanço na main quest, sem precisar ficar liberando por comprar as adjacentes, exceto por umas com ícone de chave que ficam disponíveis conforme os personagens conquistam títulos e comprar elas libera algumas a mais ao redor.
Mas aprender as skills não é suficiente para elas estarem ativas, é preciso equipa-las, e você tem um limite de slots pra isso, com cada skill gastando uma certa quantidade. Aumento de slots também é algo que pode ser comprado nesse board.
Combate
O combate é mais difícil que nos últimos jogos da série. Isso, junto ao fato de que no começo ele não parece trazer nenhuma diferenciação muito interessante, estava deixando os combates irritantes. Mas conforme o jogo avança e mais sistemas ficam disponíveis, além de mais opções nos sistemas existentes, vai tudo ficando bem interessante e depois de um certo ponto (que infelizmente leva algumas várias horas pra chegar) as coisas ficam bem divertidas. É aquela coisa de sempre correr risco se você não souber o que está fazendo ou jogar de forma preguiçosa, mas conseguir vencer bem rápido e fazer tudo fluir de forma muito satisfatória se você fizer as coisas direito.
Finalizando
Uma coisa que me incomodou bastante, mas aí não é culpa do jogo, foi que o emulador crashava com uma certa frequência, geralmente ao final de combates. O grande problema mesmo é que o emulador de Vita não tem savestates, então à medida em que eu ia chegando longe no jogo, com dungeons cada vez maiores e save points cada vez mais espaçados, os crashes começaram a me fazer perder bem mais tempo quando eu dava azar. Acho que teve 3 ocasiões em que eu perdi de 10 minutos a meia hora de progresso por causa disso. No restante do tempo foram casos em que eu dei sorte de ter salvo há pouco tempo quando acontecia. No total acho que teve em torno de 20 crashes durante o jogo inteiro.
No final foram 43 horas contabilizadas no save. Fiz basicamente tudo o que tinha de conteúdo numa primeira jogada. Existe um pouco de conteúdo exclusivo do New Game+, mas não vou atrás dele.
Enredo
O ritmo da história no começo do jogo é atropelado e tem um estilo infantil. Tales of Legendia parece ter sido escrito PRA crianças, Tales of Innocence parece ter sido escrito POR pré-adolescentes. Alguns aspectos melhoram mais pra frente, mas de forma geral parece um trabalho mais amador que Abyss por exemplo. O pano de fundo, lidando com reencarnação é bem interessante, mas o desenvolvimento disso acaba não sendo tão bem aproveitado.
Além disso, apesar de ter muito desenvolvimento de personagens e suas relações, principalmente se você se dispor a ver todas as skits, eu realmente não gostei muito de boa parte dos personagens e da forma com a história trata eles. Tem um exagero de idiotices de anime e o pior é uma insistência em martelar as mesmas várias e várias vezes.
O jogo tem uma inundação de skits, muito mais até que Tales of Rebirth. Pelo menos aqui muitas têm mais propósito, se encaixando no sistema de afinidade que o jogo tem, já que várias delas melhoram afinidade automaticamente ou dão opções de resposta ao protagonista que podem afetar isso. Achei também que a proporção de skits totalmente inúteis frente ao total é menor que em Rebirth, mas nas inúteis rola muito draminha pré-adolescente.
Gráficos
Há várias cenas em anime, de boa qualidade. Também tem algumas cenas que, apesar de usarem os gráficos do jogo, são pré-renderizadas.
Apesar de ter sido lançado pro Vita, esse jogo tem gráficos que o PS2 facilmente conseguiria fazer, talvez até o PSP, principalmente sendo um jogo que roda a apenas 30 fps. Durante o gameplay o ângulo de câmera é sempre numa mesma perspectiva isométrica sem possibilidade de rotacionar, em todos os cenários, menos no overworld em que a câmera fica atrás do personagem num ângulo que te permite ver o horizonte e pode ser rotacionada. As cutscenes usam ângulos diferenciados, o que já coloca esse jogo à frente do Legendia nisso, mas as ações e os movimentos dos personagens nelas são normalmente um tanto limitados.
O overworld é bem ok visualmente, com um draw distance menos claustrofóbico que os de PS2, mas em termos de gameplay ele é muito simplório. Ele literalmente só conecta localidades da história, com basicamente nada opcional ou mecânicas específicas dele.
Som
Qualidade das músicas varia bastante, de irritantes a bem legais. Não teve nenhuma super memorável, mas as melhores são acima da média das de Rebirth ou Abyss, já as piores são piores que qualquer coisa dos jogos de PS2 da série.
Os diálogos são falados (em japonês porque esse jogo não teve localização oficial) nas cenas importantes e boa parte das skits, mas não percebi uma lógica por trás da decisão de quais skits são dubladas e quais não são.
Gameplay
O sistema de afinidade que existe entre os personagens existe basicamente para liberar mais skits e desenvolvimento, além de alguma cena especial na reta final. Não notei nenhuma diferença de gameplay associada a isso.
O jogo tem sua cota de sidequests espalhadas. Não são muitas e são pequenas, geralmente limitadas a coisas dentro das próprias cidades. Várias têm janelas de tempo, mas tanto o tempo quanto a localização são em geral intuitivos pra você não perder nada. Na reta final brota um bom tanto de conteúdo também, mas pros elementos mais obscuros o jogo faz a gentileza de basicamente te avisar quando você está procurando no lugar certo.
Aqui temos encontros aleatórios. Bizarro porque a versão de DS aparentemente usava inimigos visíveis no cenário. A frequência é meio irritante nas dungeons, também porque a estrutura de algumas envolve puzzles/vai-e-vem. As dungeons aliás são bem ok na maior parte do tempo. Li que na versão de DS elas eram horrivelmente longas e monótonas, e foram retrabalhadas aqui no remake. Conforme o jogo avança elas vão ficando de fato bem longas, mas em geral elas possuem elementos de gameplay que ajudam a evitar um pouco a monotonia. Algumas da reta final ficaram cansativas, mas de forma geral foram uma experiência bem menos sofrida que as de Legendia.
Para incrementar as estratégias de IA, além da configuração padrão de comportamento semelhante ao restante da série, o jogo tem um sistema de customização que é basicamente o sistema de gambits de FF12. Você define ações, alvos e condições, numa ordem de prioridade pros personagens seguirem. Se nenhuma das ações definidas dessa forma for executável em um certo momento, o personagem age de acordo com as regras padrão de IA configuradas.
Essa não parece ter sido a única inspiração de FF12 que tiveram, pois o sistema de aprendizado de skills passivas é um tanto parecido com o license board também, mas nesse caso há bem mais diferenças na forma como funciona comparado ao sistema de IA. Você usa o quadro para gastar AP para aprender skills passivas que são divididas em grupos, aprender todas de um grupo te dá um aumento permanente de algum atributo. Você pode aprender qualquer skill disponível no quadro, e as que estão disponíveis são determinadas pelo avanço na main quest, sem precisar ficar liberando por comprar as adjacentes, exceto por umas com ícone de chave que ficam disponíveis conforme os personagens conquistam títulos e comprar elas libera algumas a mais ao redor.
Mas aprender as skills não é suficiente para elas estarem ativas, é preciso equipa-las, e você tem um limite de slots pra isso, com cada skill gastando uma certa quantidade. Aumento de slots também é algo que pode ser comprado nesse board.
Combate
O combate é mais difícil que nos últimos jogos da série. Isso, junto ao fato de que no começo ele não parece trazer nenhuma diferenciação muito interessante, estava deixando os combates irritantes. Mas conforme o jogo avança e mais sistemas ficam disponíveis, além de mais opções nos sistemas existentes, vai tudo ficando bem interessante e depois de um certo ponto (que infelizmente leva algumas várias horas pra chegar) as coisas ficam bem divertidas. É aquela coisa de sempre correr risco se você não souber o que está fazendo ou jogar de forma preguiçosa, mas conseguir vencer bem rápido e fazer tudo fluir de forma muito satisfatória se você fizer as coisas direito.
Finalizando
Uma coisa que me incomodou bastante, mas aí não é culpa do jogo, foi que o emulador crashava com uma certa frequência, geralmente ao final de combates. O grande problema mesmo é que o emulador de Vita não tem savestates, então à medida em que eu ia chegando longe no jogo, com dungeons cada vez maiores e save points cada vez mais espaçados, os crashes começaram a me fazer perder bem mais tempo quando eu dava azar. Acho que teve 3 ocasiões em que eu perdi de 10 minutos a meia hora de progresso por causa disso. No restante do tempo foram casos em que eu dei sorte de ter salvo há pouco tempo quando acontecia. No total acho que teve em torno de 20 crashes durante o jogo inteiro.
No final foram 43 horas contabilizadas no save. Fiz basicamente tudo o que tinha de conteúdo numa primeira jogada. Existe um pouco de conteúdo exclusivo do New Game+, mas não vou atrás dele.