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Messages - Raptor

#1
Quote from: Baha on Mar 15, 2023, 01:05:08
Encerrei um assunto pendente da minha infância, terminando os jogos da Turma da Mônica! Eu tive um Master System e joguei bastante esses jogos, mas nunca terminei nenhum na época.

Todos eles são basicamente vários reskins dos jogos da série Wonder Boy, sendo eles:

Wonder Boy (Arcade/Master System/Outros)
Esse ainda não joguei. Não há uma versão abrasileirada desse.

Wonder Boy in Monster Land -> Mônica no Castelo do Dragão (Master System)
É um jogo bem arcaico e bem difícil também, principalmente pelo fato de que você só tem uma vida, sem passwords e sem continues, então é preciso terminar de uma vez só. Provavelmente por isso não consegui na época. O jogo é um action adventure dividido em fases lineares. As fases são relativamente curtas, mas pode haver alguma exploração dentro de uma fase. Além disso você ganha dinheiro para comprar equipamentos e sua pontuação funciona como XP, pois você aumenta a quantidade de HP ao atingir certas quantidades.

Dito isso, o jogo tem mecânicas anti-grinding, como inimigos com limite de respawn e drops, além de limite de tempo que te faz tomar dano se demorar muito nas fases. Fui descobrir agora o motivo disso: Esse jogo nasceu no Arcade e a versão de Master System é um port. Acabei usando savestates pra terminar.

A versão da Mônica é basicamente o mesmo jogo, trocando o sprite do protagonista para o da mônica (e um sprite bem feio aliás) e traduzindo diálogos dos NPCs e alguns nomes. A tradução porém tem vários furos, como por exemplo vários elementos da interface e de algumas cenas que ficaram sem tradução.

Wonder Boy: The Dragon's Trap -> Turma da Mônica em: O resgate (Master System)
Esse é talvez o jogo mais famoso da série, tanto que é ele que ganhou um remake recente. Ele é uma continuação direta do anterior, mas o estilo de gameplay mudou bastante. Agora é praticamente um metroidvania sem a divisão por fases, e as mecânicas anti grinding foram removidas. O jogo não tem mapa, mas como o mundo do jogo não é grande é fácil saber como chegar em qualquer lugar. Os controles são melhores e a jogabilidade é em geral muito mais agradável, além de agora haver um sistema de passwords para poder parar e continuar quando necessário, e os continues são infinitos. Na história o protagonista é amaldiçoado e transformado em um monstro no final do jogo anterior, e agora ele precisa derrotar vários chefes para conseguir novas formas até finalmente voltar a ser humano no final. Cada forma tem habilidades diferentes e modificadores de atributos diferentes.

De negativo só identifiquei 2 problemas importantes: O jogo tem uma mecânica de carisma, na qual é preciso aumentar esse atributo para as lojas venderem itens melhores. O carisma depende da forma atual, da armadura equipada e do número de Charm Stones que você possui. O grande problema desse sistema é que em um certo momento você precisa comprar uma certa armadura para poder prosseguir com o jogo, e a disponibilidade dela está sujeita a você ter 50 de carisma. A essa altura do jogo você ainda não pode trocar livremente de formas, estando preso em uma específica. Mesmo com a armadura que mais ajuda no carisma, é necessário ter 28 charm stones para atingir o carisma necessário. Quando cheguei nesse ponto jogando normalmente, eu tinha 13... E como você consegue charm stones? Elas são um drop RARO de ALGUNS inimigos. Sim, você inevitavelmente TEM que farmar nesse momento, e demora. Isso quebra absurdamente o ritmo do jogo. Ah, e o manual do jogo explica o funcionamento da mecânica de carisma, mas em nenhum lugar (exceto na internet recorrendo às boas almas que já passaram por isso e compartilharam o conhecimento) é informado quais inimigos dropam charm stones e o fato de que o carisma necessário para a armadura dessa parte do jogo é 50... Felizmente essa mecânica é universalmente reconhecida como péssima, tanto que no remake ela foi totalmente removida. O segundo ponto negativo é o último boss, cuja hitbox (e a dos seus ataques) é horrível e ele frequentemente te coloca em stun lock.

Na versão da Turma da Mônica, a história é que a Mônica foi sequestrada pelo Capitão Feio ao invés de transformada em monstro, e o Chico Bento aparece para tentar salva-la. Ao invés de novas formas, você ganha personagens conforme vai matando os chefes, sendo eles Bidu, Cebolinha, Magali e Anjinho. Cascão e Franjinha não são jogáveis, mas aparecem entrando no lugar dos NPCs das lojas e hospital. A localização aqui foi muito melhor e mais completa, traduzindo todos os textos de todos os tipos, e os sprites têm um visual bem melhor. Ajuda que por padrão são sprites maiores, assim como no jogo base.

Esse jogo, exceto pelos problemas que eu citei, envelheceu MUITO melhor que o primeiro. Só usei savestates nas ocasiões onde normalmente eu pegaria passwords, e na porta do último chefe. Na época eu provavelmente não terminei por ter esbarrado no "grindwall" das charm stones sem ter ideia de o que eu deveria fazer. Com jogo alugado sem manual e internet inexistente, eu nem tinha noção da existência da mecânica de carisma.

Wonder Boy in Monster World -> Turma da Mônica na Terra dos Monstros (Mega Drive)
Esse é um que eu não tinha jogado quando era criança, então foi totalmente novo pra mim. Existe um port para Master System também, mas a versão principal é a de Mega Drive e foi essa que eu joguei agora.

Como um jogo de Mega Drive, é algo mais avançado do que o que havia no Master System, mas devo dizer que tecnicamente não achei ele um grande salto, e além disso a interface ocupa um espaço bizarramente grande na tela. A história segue um novo protagonista e novamente o jogo lembra a estrutura de um metroidvania. Mesmo ele não tendo um mapa não é difícil se orientar e se deslocar entre os locais. Há várias cidades para visitar, áreas para atravessar e dungeons para explorar e derrotar chefes. Apesar disso, o jogo não é longo e no máximo é um pouco maior que o anterior. Dessa vez não tem troca de formas, apenas equipamentos, incluindo 2 tipos de armas, e eventualmente alguma dungeon tem um gimmick aqui e ali. Em algumas ocasiões um NPC te ajuda em combate em dungeons, mas eles são quase todos bem inúteis. Ao invés de passwords o jogo agora salva o progresso, mas não há mais sistema de continues e se morrer é preciso carregar um save.

A versão da Turma da Mônica troca o protagonista pela Mônica e alguns NPCs importantes pelos amigos dela, mas de resto a própria história permanece praticamente inalterada.

Em geral esse é o mais redondinho e equilibrado da série até aqui. É também o útimo a ter uma versão abrasileirada usando a Turma da Mônica.

Monster World 4 (Mega Drive)
Esse é um que não joguei ainda.

Monster Boy and the Cursed Kingdom (Steam/Consoles atuais)
Metroidvania moderno e com bastante conteúdo. Tem um review meu recente sobre ele aqui nesse tópico.

Pra mim quem nunca zerou Kenseiden não tem autoridade pra fazer review de Master System.
#2
Geral / Re:POLITICA PORRA
Oct 25, 2022, 23:34:46
Oi Phillip, Billy! Hahaha, Night, algumas coisas nunca mudam. E lá vou eu mandar textão pro King, coitada da vista e da paciência dele. Acho que é por isso que venho aqui só em anos bissextos.


...

King, sobre meu "sonho". É comum falarem que filosofia é só abstração e não tem nenhuma utilidade pra realidade prática. Mas esquecem que foi a filosofia a mãe da biologia, da química, da ciência moderna, da física, da psicologia e sociologia, em grande medida da matemática e da geometria, e até da programação. Ela suspende fundamentalismos (que é o que o paradigma cultural coloca na gente) pra podermos revisitá-los. Percebi que quando se insiste demais em saltar logo pro "prático", sem refletir sobre essas bases, muitas vezes é sinal de que essas bases estão tão rígidas que a pessoa nem se dá conta de que é só uma base (de muitas possíveis), e não a "realidade prática". Veja. Estou falando de um cenário categórico, verificável, irrefutável: que o avanço do capitalismo, da forma como vai, vai destruir o mundo natural (o humanamente habitável) em poucas décadas. Fato científico. Tem umas aulas ótimas, aliás, sobre como captura de carbono e bloqueio da luz solar, por exemplo, são, esses sim, devaneios, que muitas vezes o liberal segura (metafisicamente) pra não precisar abandonar seu posto diante da realidade implacável: realidade esta de que a única forma de manter nosso planeta habitável nas próximas décadas é parar a emissão e a destruição até ~2050 (ou 2030 para países no nível do mar ou próximos aos extremos climáticos não sumirem), o que significa combater o capitalismo. Anarquismo ou comunismo não são essencialmente ambientalistas. Mudar o regime não resolve por si só o problema. Mas capitalismo é necessariamente antiambientalista. E é, como um paradigma imediatamente derivado da revolução industrial, o grande acelerador do processo.

Então assim, isso não é devaneio, King. É muito simples. E é prático: ou freia o capitalismo no matter what, ou nossa espécie morre. Não defendi nenhuma sociedade próxima da perfeição (e reconheço que outros problemas surgiriam com a mudança de regime), tão simplesmente falei de uma oposição que - improvável, mas não impossível - é necessária se quisermos ter a esperança de evitar nossa destruição. Você pode elencar todos os argumentos de o porque é improvável insistir nisso, que infelizmente o capitalismo é imbatível... mas enquanto você fala isso, tudo que te resta é aproveitar a tua vida e de repente um filho até o começo da vida adulta, e aí depois aceitar o sofrimento subsequente. Se você escolhe não se preocupar com isso, e ao invés, se dedicar a ser feliz agora, já que obteve um sucesso merecido no sistema atual, e aí aceitar que o dano causado será irreversível, beleza, é sua escolha, e é seu direito. Não é a mesma escolha que a minha, pois em minha ética particular sinto que tenho a obrigação de deixar um planeta não tão horrível pras próximas gerações. Éticas diferentes, mas ambas válidas. Só que chamar o prognóstico matemático da ciência, e pragmático/silogístico da filosofia que apresentei, de "sonho", como uma forma de anular o argumento de uma vez só, não está coerente.

Não estou falando de combater o capitalismo pra alcançarmos o reino perfeito das Testemunhas de Jeová. Estou falando que se não tentarmos uma alternativa ao capitalismo, a ciência já deixou claro que o fim é certo.


...

Sobre lugar de fala. Há 4 anos atrás eu não dava a mínima pra essa pretensão da universidade. Meu mestrado era crítica a isso, até. Mas aí começaram a surgir na mídia pessoas que negavam a ciência. E aí mais de 600 mil brasileiros morreram. Pessoas que, assistindo um vídeo de 10 minutos, se sentiam no direito de fazer revisionismo histórico sobre dados coletados exaustivamente por pesquisadores por décadas sobre a escravidão. E o responsável por isso periga ser reeleito porque seu simpatizante acredita que o Brasil vai virar a Venezuela, sem nem saber apontar a Venezuela no mapa. Instrução não faz necessariamente uma boa opinião, nem bom caráter. Mas ela é ao menos um fusível anti-imbecilidade.

E sendo bem sincero, mano, muitas pessoas acham que é desrespeitoso um intelectual se colocar na posição de "saber mais" sobre aquele assunto... mas você já parou pra pensar O QUÃO desrespeitoso é uma pessoa não dar ao estudioso esse crédito? Menosprezar e rejeitar o suor do preparo do cara ao ponto de dizer que 4 ou mais anos de estudos rigorosos e sistemáticos têm o mesmo valor que ver 4 punhados de vídeos no Tiktok? O fato de sujeito não perceber o quão desrespeitoso é isso só mostra o quão mais desrespeitoso é. Veja bem, você é diganosticado com um problema cardíaco sério e tem que operar, aí encontra um cirurgião fodão, super competente, mas que cobra R$50000 pela cirurgia; aí te falo "não King, 50000, tá louco? deixa que eu mesmo faço essa cirurgia, cobro só 50 pila, não gasta tudo isso não!"; e você "uai Rapp, você é formado em Medicina e eu não sabia?"; "não, sou não, mas achei aqui uns vídeos no Youtube sobre como fazer, parece fácil, confia em mim". Você aceitaria? Não, lógico que não. Então porque um profissional de humanas tem que aceitar darem pitaco no trabalho dele sem o sujeito ter essa qualificação? Simples: porque a sociedade não respeita as humanidades como respeita a medicina. Trata como conhecimento abstrato e suplementar. Esse preconceito já transborda horrores na hora de fazer essa defesa da liberdade de opinião. Quem é desrespeitado é a gente, nosso suor. "Ah mas o cara vai se sentir mais capaz de falar sobre a ditadura militar do que meu vô que viveu na ditadura só porque o cara examinou arquivos oficiais e fez um mapeamento sistemático de testemunhas...?". Sim, vai! Exatamente. Porque ele É mais capaz. Lamento, mas é. Eu não sei que arrogância há nisso. A diferença entre os interlocutores não é de valor moral ou cognitivo, é de que área escolheu dominar. Há uns meses atrás você me impediu de explodir um CPU e o fez com muita gentileza, paciência e precisão típica daqueles que dominam o assunto por conta do suor empregado nesse domínio e na experiência acumulada. Eu, que sou uma mula nesse assunto, abaixo minhas orelhas de mula e aprendo, confio, sem nenhuma vergonha. A impressão que eu tenho é que as pessoas se sentem chamadas de burras quanto um intelectual contesta suas convicções políticas com argumentos de autoridade, e isso cai como uma ofensa ao próprio valor da pessoa. E aí insistem que a arrogância é do intelectual. Eu tenho certeza que você não teve nenhuma objeção quanto à CPI da Covid, que exigiu CRM ou fonte das fakes que deve ter recebido a favor de tratamento precoce, validou suas condutas de proteção em mais de uma fonte científica. Pandemia é coisa séria e não pode dar espaço pra achismo pseudocientífico. Então porque política pode? Não é séria? Não é ciência? Pelo contrário. É séria, define a vida de milhões de pessoas, e é estudada cientificamente. Então por que eu devo dar tanto valor pra voz do Monark quanto pro Safatle?

Pelo que entendi, sua resposta é: "deixa o Monark falar, vão perceber que ele é um idiota e acabou". E não mano. Não! Como assim um fucking cara com chapéu de alumínio não passa credibilidade? Você não viveu no Brasil nos últimos 4 anos? Eu diria até que SÓ um xarope com chapéu de alumínio passa credibilidade pra outro xarope. E metade do país é xarope. Tem que calar a boca de idiota sim. Gente demais morreu por causa da "opinião" de que vacina é implantação de chip. Conhecimento não é opinião. Opinião pode estar deslocada da realidade, mas conhecimento não. Se eu inventar que te vi violentando uma criança na rua e jogar em uma rede onde tenho público provavelmente você vai ser linchado ao chegar em casa sem nem saber porque. Não tem auto-regulação da voz pela idiotice da fala, e a prova disso é o Brasil hoje, porque o idiota não reconhece o idiota, então os idiotas estarão livres pra se amalgamarem em uma aberração como o bolsonarismo. Roberto Jefferson usou fuzil contra PF (aka STF) na véspera das eleições: você por acaso acha que isso não tem nada a ver com a "liberdade de expressão" do gado ofendendo e inventando mentiras e falsos problemas quanto ao judiciário esse tempo todo? Porra mano. Toda fala com alcance tem efeito. Se eu regulo a entrada de um cara com canivete de unha no banco ou de uma mochila no mercado, o que tem de tão inaceitável em regular as insanidades perversas que essa galera injeta na cabeça de toda a população?

E isso tudo não porque sou a favor da censura. Sou do critério. Tem um critério muito simples pra liberdade: a pessoa escolher se informar direito e se responsabilizar pelo que fala. Ainda que não seja em universidade, com a internet está muito fácil entrar em libgens e cursos bons (não vídeos simplistas) e se capacitar minimamente. E aí assim: escolheu tirar informação do datacu? Cale. Mentiu? Cale. Tratou devaneio como verdade empiríca? Cale. Jovem Pan mentiu? Fecha essa porra mesmo. Todo mundo pode falar, se seguir esses critérios. O ponto é esse aqui: o fetiche liberal da liberdade de expressão não dá essa possibilidade pra mais pessoas do que eu dou; o que ela dá é mais concessões e imunidades e falta de consequências.

Aí que sucinto eu fui. I can´t.  :lol:
Abraços.
#3
Geral / Re:POLITICA PORRA
Oct 25, 2022, 03:40:17
Oi. Visitei o Baha esses dias e ele me mostrou esse debate. Fiquei muito feliz de saber que (acho) que não tem bolsonaristas aqui, e que mesmo a galera mais liberal é bem razoável, porque o recorte que espero (talvez desatualizado) de uma comunidade gamer é o bolsonarismo ou a idolatria de gente feito Mamãe Falei. Talvez porque a gente tem mais idade? Não sei. Mas li da página 8 pra cá e vi um debate com uma razoabilidade que tá difícil de encontrar em outros lugares.

Aí fiz um textão com quotes, como era de costume, mas ficou imenso e decidi ser sucinto na minha opinião aqui e não direcionar réplicas.

Bom, o bolsonarismo, antes de problema político, é um problema psicológico. Não tem como uma sociedade ter tamanha adesão a essa alucinação (que dia após dia traz argumentos fartos contra) sem ter uma disfunção emocional profunda que faz com que sujeito se identifique com Bozo. Tem um combo de Édipo com ressentimento nisso, carregado por algoritmos. E aí quando a galera mais instruída ataca essas convicções, a reação é de defesa do próprio valor, não se assumir burra ou preconceituosa, então o debate vira só o afã de validar o veredicto prévio a partir de um recorte de informações (não importa o quão superficiais ou falsas que sejam), ao invés de chegar no veredicto após um estudo prévio e metodologicamente orientado. Fico puto pra caralho com as coisas que ouço, mas no fim sempre tem aquela sensação de que, antes de criadoras dessa alucinação, as pessoas são criaturas dela, mais vítimas ainda.

Mas enfim, parece que, sendo esse ponto passivo, o grosso da discussão é sobre sistemas ou ideologias político-econômicas. Eu não sei hoje o que sou, até pouco tempo atrás tinha simpatia por ecoprimitivismo e conservadorismo britânico, mas infelizmente o Brasil não dá perspectiva prática pra gente ficar divagando o ideal, só o possível, e ainda assim o possível é limitado. Mas meu ponto é que o marxismo é fraco em solução, mas preciso em diagnóstico. O capitalismo é o grande problema político do mundo. Político, e não econômico, porque a economia sempre descamba pra política. É o problema por questões éticas óbvias e principalmente pela catástrofe ambiental. O planeta não se sustenta com a voracidade do capitalismo por mais meia dúzia de décadas, ainda que tentem meter a retórica "green" em toda iniciativa nova. Um capitalismo que recupera mais que destrói não é capitalismo, pois ele é necessariamente predatório. Se não vai destruir o centro, vai destruir a periferia. Eu também não sei que alternativa oferecer no lugar dele, também tenho meu ceticismo em relação ao comunismo, e sobretudo ao anarquismo, mas o que sei, categoricamente, é que a manutenção dele não é essa alternativa, caso queiramos um planeta decente para as próximas gerações. Daí acho louco falar "não dá pra taxar grandes fortunas", ou "não dá pra democratizar os meios de produção", sendo que taxar miserável dá, pagar bilhões pro Elon Musk limpar o carbono que ele mesmo jogou na atmosfera pra produzir os bilhões anteriores dá, só não dá mesmo pra nossa geração tomar vergonha na cara e não ser ela a principal responsável por ser uma das últimas? Isso não é alarmismo. Alarmismo é falar que o Brasil vai virar comunista (o mais próximo que chegou disso, alguém disse, é quando jogou contra a URSS em alguma Copa), falar que a ideologia de gênero quer dominar nossa cultura (li seu esclarecimento, Phillip, mas me refiro à que o bolsonarismo alardeia), que precisamos instituir a escola sem partido (infelizmente não dá pra separar conhecimento científico de perspectivas políticas, King) e todos esses falsos problemas que o debate público coloca. Política não é entendida, tampouco resolvida, com vídeos de 10 minutos ou com regra de três. Billy falou que curte a Marina, que é uma coisa que não costumo ouvir mesmo no meio progressista, mas o meio ambiente não é uma das pautas, é a maior das pautas, porque não sei do que adianta, ó Daenerys, governar maravilhosamente sobre um reino de cinzas.

Daí tem duas coisas que concluí. A primeira é que liberalismo é metafísica. Liberalismo serve só ao burguês (vou usar essa expressão só porque é mais simples do que falar "capitalista super-rico", e nem todo liberal é rico), e o liberal não-burguês (tipo o pequeno empreendedor, ou o cara que ganha até uns 30 ou 50k por mês), mas que foi convencido pelo burguês que ele é burguês também, acha que serve pra ele. As premissas liberais não têm materialidade alguma. Nem a mão invisível do mercado (que enfia o dedo no cu do pobre e o faz rir), nem a natureza humana (que, se existisse, seria como nos povos nômades, ou seja, egalitária), nem a desigualdade natural (diferença é natural, desigualdade não), nem que economia é a parte essencial da política (economia não produz ética), nem que com menos leis trabalhistas o empresário vai dar mais benefícios pro empregado (sic), nem que é o empresário que gera o emprego (o empregado é que gera o empresário!), nem que o capitalismo vive melhor sem o Estado (é só um bando de moleque do Reddit bugar a Gamestop que os farialimers de Wall Street vão choramingar pro grande irmão). Pro liberalismo sustentar seu argumento, precisa tomar essas premissas falsas como base, e elas são - como disse - todas metafísicas.

A segunda é que o conservadorismo (que é diferente de reacionarismo, embora Constantinos e Bolsonaros queiram os equivaler, porque têm vergonha de se assumirem simplesmente reacionários) é basicamente ceticismo político, uma coisa a princípio muito coerente, mas na prática se dobra pro liberalismo. Por isso discordo de quem fala que o importante é o meio termo. Não há meio termo enquanto vivemos nesse paradigma liberal. Todo meio termo ou conservadorismo vai ser conivência educada e desapaixonada com o aspecto voraz do capitalismo.

A terceira é que a perspectiva comunista há de ser estudada a partir de especialistas, e não dos lugares-comuns com os quais o status quo (anticomunista) alimentou o paradigma sob o qual crescemos. E diferenciar comunismo de socialismo e de políticas de bem estar social também é importante. Se a gente diz respeitar a ciência, vamos respeitar também os especialistas sobre China, URSS, Cuba e etc. Se o fundamento sob o qual orientamos nossas visões políticas distintas é a ética, será que realmente é tão dispensável pensar que algumas dessas sociedades, em alguns períodos, conseguiram resolver o problema de habitação, desemprego, analfabetismo, segurança urbana, alimentação, enquanto no capitalismo não se chegou perto disso (não sem a exploração da periferia pra levar capital pro centro, no caso)? O problema ético é que não podermos comprar a marca de celular que desejamos? A gente dá esse valor enorme pra liberdade de consumo porque o básico a gente já tem, mas muitos vizinhos nossos não. Não dá pra ignorar a história de um país que em 3 ou 4 décadas saiu de uma economia rural, quase feudal, e mandou o primeiro homem pro espaço. Ou que a revolução cultural na China abriu caminho pra ela implantar economia de mercado (o que não faz capitalista hoje, a categoria dos especialistas é "socialismo com características chinesas"), ainda assim com o partido comunista, mas outros partidos disputando (mais que nos EUA)? Que não tem como Cuba prosperar com tanta sanção e tanta tentativa de assassinato por todo o governo (autoritário) de Fidel, por parte dos EUA? Tudo tem contexto. E decerto tem muitos esqueletos no armário. Mas o produto da revolução não é só o Ivan Drago, como a gente se acostumou a acreditar.

Que a luta de classes explica muito bem a situação política do mundo desde a revolução industrial é um fato. Não sei como dá pra discordar disso. Dá pra discordar do resto do pacote, mas disso, não. Como disse, liberalismo é metafísica. Quem trabalha com materialismo histórico é o marxismo. O materialismo que o liberal trabalha é um recorte específico dentro dos centros do capitalismo e ignora convenientemente a tragédia da periferia do capitalismo. Só que, assumindo isso, a gente não pode simplesmente se refugiar na ideia de que não pode dar certo, sendo que ser impossível é uma hipótese, enquanto o fracasso último do capitalismo é uma certeza. Não dá pra taxar grandes fortunas? Difícil é, claro. Mas dá. Por que não dá? Não dá pra tomar os meios de produção do bilionário? Bom, na URSS conseguiram. Depois afundou? Sim. Mas deu. Então por que não pensar em formas de corrigir isso sem deixar afundar depois, improvável que seja, ao invés de tratar o improvável mas materialmente possível como se fosse impossível, sendo que impossível é o capitalismo desviar do abismo? Não há crescimento infinito em um planeta de recursos finitos. Eu até diria que é compreensível a gente, privilegiado, que não é tão detonado quanto o pobre pelo liberalismo, evitar essa questão e manter do jeito que está. Mas tendo em vista a catástrofe ambiental no horizonte, da qual todos seremos vítimas, nem mesmo o argumento do egoísmo funciona. Não sei como a galera pode se sentir tão horrorizada com os vários problemas do socialismo e não se sentir igualmente horrorizada com as incontáveis tragédias na periferia do capitalismo. Só faz sentido um rico cusão com condição de fugir do planeta num foguete em forma de pica não se sentir. A bela Escandinávia dá super certo como centro do capitalismo enquanto explora África ou Amazônia.

Enfim. Ia falar menos, já falei muito, então vou cortar. Trazendo isso pro Brasil, eu adoraria ver o sonho do anarquista, do liberal e do comunista (que, no ponto de chegada, é o mesmo: fim do Estado) se realizar. Mas não vai. Anarquia aqui gera outra hierarquia, liberalismo só acentua a desigualdade (acho que foi o Phillip que opôs liberalismo clássico, que tem seus méritos, ao neoliberalismo, mas na conjuntura atual só existe o último), e a revolução seria suprimida por mais da metade da população que não tem a menor ideia do que é socialismo mas morre de pavor. Então acho que o mínimo é, pra começar, colocar o ladrão no poder, que é menos pior que manter o ladrão assassino genocida pedófilo psicopata incompetente e covarde no poder. Também não tenho muitas esperanças com esse legislativo, mas acredito que a maior parte do PL é centrão e acabaria indo com o Lula, por conveniência. Mas serão tempos difíceis. Só que se Bozo ganhar, impossíveis. É importante garantir um mínimo de condições democráticas pra pensar o que fazer. E acho, com todas as letras, que tem que parar com discurso vazio sobre liberdade de expressão, que é o que faz esse algoritmo de fake news alucinar a cabeça de metade da população. Acho que todo mundo pode ter direito de falar caso tenha se preparado direito para falar, e arque com as consequências. O slogan do Monark é ter a porra do podcast mais influente do país e negar que "grandes poderes trazem grandes responsabilidades", se esconder no discurso de que é um "papo de bar" sem topar abrir mão de seu lucro e de sua audiência que o descaracteriza totalmente como papo de bar. E se a voz é livre, o chapéu de alumínio aparece. Galera tem que entender que liberdade não é sinônimo de democracia. Democracia é direitos E deveres, e de um ponto de vista coletivo. Liberdade significa só direitos, e conceder só direitos a essa gente é meio caminho pra eles tirarem os direitos de todo o resto.
#4
Quote from: Strife on May 19, 2021, 15:43:17
Seu Ramza é um Monk né? É a melhor escolha nesse momento. Eu evoluo ele como Monk, sempre abusando das habilidades especiais que só ele tem como Squire como secundário, e eventualmente vou especializando ele com habilidades de Ninja, Samurai e outros desse tipo. Fica destruidor. Eu não lembro agora qual classe tem a habilidade de teleporte, mas quando ele conseguiu isso e juntou com dual wielding e velocidade do Ninja, putz, tava dando até pena dos inimigos, isso que eu tava no desafio auto-imposto de não usar nenhuma unidade especial desta vez, apenas Ramza e os soldadinhos genéricos que eu vinha evoluindo desde o início :lol:
Acho o Teleport a melhor habilidade de movimento pra mago, mas não acho bom pra personagens melee porque às vezes falha e você tem que ficar contando tiles, acho que ir na porrada tem que ser mais dinâmico e certeiro. Eu prefiro fazer o Move +2 do Thief, se precisar ir de Germinas Boots, e se tiver paciência liberar o Move +3  do Bard (ou Dark Knight). Se falha o Teleport com um mago, ele provavelmente tem mais coisa pra fazer no turno, e o melee, dependendo do skillset, perde o turno. Além de que a grande vantagem da habilidade pra mim é que, por ignorar elevação, você pode colocar o personagem tipo sobre uma pilastra fora do alcance dos melee adversários enquanto suas magias permanecem coladas neles... coisa que um melee não pode fazer.

A combinação Monk com secundário de Squire (pra ficar dando + strenght a cada turno que não pode atacar), reativa Shirahadori tendo subido o bravery pro max, Dual Wield e Move +3 só não arregaça mais que um Black Mage com secundário Aritmethics, reaction Critical:Quick (ou Dragonheart pra solar safe, ou Cup of Life pra support safe, ou mesmo Shirihadori com bravery alto), support Arcane Strenght pra acelerar o processo (ou Arcane Defense pra ficar mais safe) e Teleport pra ficar isolado no cando mais inalcançável do mapa a partida inteira. Esse monk mata qualquer coisa por turno, esse mago mata qualquer 2-5 coisas por turno. Bem mais trabalhoso pra montar, mas aí eu não diria que fica easy como usando o Orlandu, fica ultra easy.
#5
Se não terminou as quests da água não é completista.
#6
Geral / Re:Cadeira Gamer
May 16, 2021, 11:21:16
#7
Quote from: Baha on May 15, 2021, 15:51:08
:laughing:

1)

Quote from: Strife on May 05, 2021, 00:21:26
Se fizer merda vc fica numa situação impossível e tem que reiniciar o jogo desde o início, não importa se tava com 15 ou 20h já :mrgreen:

Quote from: Strife on May 06, 2021, 15:54:31
Quote from: Billy Lee Black on May 06, 2021, 15:31:10
Se eu fiz escolhas ruins sem nem saber, agora eu tenho que reiniciar o jogo então?
Não tem que reiniciar, tem que mudar seus personagens de jobs e ver qual combinação funciona.

Primeiro você avisa sobre uma possível situação em que pode ser necessário reiniciar o jogo do zero. Alguns posts à frente você diz que não existe isso de precisar reiniciar o jogo do zero.

É uma situação específica que você facilmente evita com 5 minutos de pesquisa na internet previamente a começar o jogo. Mas o fato de que isso blindaria ele de todas as "armadilhas" de design do jogo não muda o fato de que o Billy claramente citou isso como um aspecto de design datado do jogo, e essa armadilha poderia muito bem pegar alguém que estivesse jogando absolutamente às cegas.

Por que o Billy acha que um jogo cujas deficiências ele pode evitar ou contornar com 5 minutos de pesquisa prévia em 2021 é injogável em 2021 por causa dessas deficiências? Bom, como eu já mencionei, os "pecados" do Billy nessa discussão foram ser chato e cheio de má vontade.

Mas o meu ponto aqui é: Ele está "tecnicamente" correto em apontar que o problema existe. Ele está sendo absurdamente chato em reclamar tanto de um problema tão situacional E fácil de evitar. Você se contradisse ao avisar sobre o problema em uma mensagem e negar a existência dele em outra.

2)

Quote from: Strife on May 06, 2021, 00:00:18
Não é necessário nenhum grinding em FFT se não for fazer o conteúdo opcional

Quote from: Strife on May 06, 2021, 15:54:31
Eu lembro de quando cheguei no Wiegraf pela primeira vez e meu Ramza não vencia ele de jeito nenhum, daí eu carreguei meu save do world map, mudei meu Ramza para um Monk (boa sugestão do Raptor, Monk é uma das melhores classes iniciais, e se juntar com um Ninja é uma combinação devastadora), evolui 2 níveis só para pegar alguns JPs e comprar as habilidades básicas, coisa de 15-20 min, enquanto fiz isso já se acumula Gil simultaneamente para melhorar os equips, voltei pra luta e venci.

Sua segunda mensagem descreve uma situação em que você literalmente precisou fazer grinding pra avançar no conteúdo principal. Existem dois tipos de pessoas que não admitem isso como uma contradição: Pessoas cujo cérebro não funciona direito e pessoas agindo de má fé.

Não entrando no mérito da frequência, dificuldade e/ou tempo gasto no grinding, e o quanto ele é ou não aceitável para cada pessoa, o fato é que pode haver situações em que o jogo exige grinding e você mesmo caiu em uma delas. "Uma simples troca de estratégia" seria reconfigurar seu grupo usando recursos já disponíveis antes de tentar de novo. Se a "troca de estratégia" exigiu aquisição extra de recursos, e isso precisou ser feito em uma situação que não é ligada ao avanço da história principal ou side quests... é grinding.

3)

Quote from: Strife on May 11, 2021, 13:09:44
Tudo isso tem no jogo. Todos os jobs tem pré-requisitos que vc vê na tela principal de jobs (Ninja, por exemplo, precisa de níveis variados em Archer, Thief e Geomancer, e isso vc vê no jogo) e todas skills tem explicações do que fazem. Não é planilha de trabalho como Divinity, ainda bem, mas tem. É claro, Billy, que tem como vc planejar e evoluir. Sua má vontade é inacreditável kkkkk vc acha que as outras pessoas descobriram essas coisas com bola de cristal né.

E aqui vemos um caso de má fé. Estava MUITO claro na mensagem do Billy que a reclamação dele era a ausência dessas informações no jogo de antemão, para que ele pudesse fazer um planejamento prévio da build de endgame na sua equipe. Você respondeu como se ele tivesse dito que essas informações "nunca" aparecessem no jogo, mas o questionamento dele estava "tecnicamente" correto. O jogo não te dá informações para fazer esse tipo de planejamento prévio de longo prazo. Dados sobre as classes só ficam disponíveis à medida que elas são liberadas, e algumas só são liberadas ao cumprir pela primeira vez seus requisitos, "às cegas". Exatamente o que o Billy estava reclamando.

Claro, aí caímos de novo na má vontade dele de considerar isso um problema em 2021, quando os dados em questão estão disponíveis facilmente na internet. Mas o argumento principal dele se sustenta. Essa ausência torna o jogo (na visão dele) datado, afinal se um jogo com essa característica fosse lançado hoje, esse tipo de planejamento prévio não seria possível nele até que alguém com "bola de cristal" (leia-se, tentativa e erro e/ou terminar o jogo primeiro) descobrisse essas informações e compartilhasse.

Agora eu lembrei de algo... Essa informação possivelmente estava no manual (não sei, nunca li o manual do jogo) e na época era esperado que esses jogos tivessem manuais e que eles fossem lidos. Então... Isso resolveria o problema, e não seria culpa do jogo o Billy não ter essas informações. Agora, a mudança desse paradigma de muitas informações que antes estavam sempre no manual agora serem acessíveis internamente nos jogos torna o jogo datado? "Tecnicamente" sim, mas na prática, quem se importa? (Resposta: O Billy)

4)

Quote from: Strife on May 13, 2021, 16:16:38
Um Knight é melhor que um Squire.

Argumento de má fé e falacioso aqui. A reclamação do Billy é sobre toda uma "categoria" de classes ser inferior de forma geral. Comparar uma classe básica com uma classe avançada pra chamar isso de "natural" é muita desonestidade.

Mesmo que você já tenha avisado sobre as classes focadas em magias de ataque e não considere isso um problema sério, o fato é que o problema de equilíbrio é real. Vai afetar o aproveitamento do jogo em diferentes graus pra diferentes pessoas e aparentemente a maioria nem liga, mas existe. Aliás, se você julgou necessário avisar ele sobre isso, então parece que o problema é intenso o suficiente pra afetar a viabilidade de grupos nas partes avançadas do jogo, o que só reforça a reclamação dele.

Ah sim, e claro

5)

Quote from: Strife on May 15, 2021, 14:12:33
Onde que eu menti e me contradisse? Não fiz isso uma vez.

Mas e o PT?
#8
Geral / Re:Cadeira Gamer
May 16, 2021, 02:26:53
Duas outras pessoas recomendaram a Flexform também. Fiquei vendo modelos e reviews. Parecem boas mesmo... e não gosto de trambolhão tipo essas gamer. Grosso modo, pelo que entendi, tem uma diferença entre ergonomia e conforto, e as gamers abusam no conforto, mas nem sempre na ergonomia... essas daí em ergonomia, e aí o conforto vai aumentando conforme o preço. Estou entre a Uni e a My Chair da Flexform. Não parecem nada fancy mas têm as regulagens pra encosto, braço e assento, além de serem mais compactas, e pelos reviews, de excelente durabilidade.
#9
Geral / Cadeira Gamer
May 15, 2021, 10:06:39
Oi.
Não sei se é aqui o lugar apropriado pra perguntar, mas.
Indicações de modelos com bom custo-benefício?
É mais pra estudar e escrever que pra jogar. Por saúde.

Minha cadeira há dez anos é uma dessas de escritório padrão, que já peguei usada, toda detonada, e esculpida por meu chinchila, só que agora as rodinhas cagaram e não tá dando mais pra eu trocar uma vez a cada dois meses. Acho que é momento de eu pegar uma decente, tanto porque já não sou mais um jovenzinho.

Só que como NUNCA tive esse conforto, não tenho a menor ideia de o que preciso. Esteticamente pode ser qualquer coisa, até da Hello Kitty. O que quero é pagar o preço justo por uma qualidade ergonômica. E pode ser usada, se de qualidade.

O que sugerem?
Denquiul
#10
Billy, baixei pra jogar Don´t Starve Together. Tava lá todo feliz colhendo asa de borboleta, chega a noite, morro do nada. Descubro que de noite tem que fazer fogo senão você morre mesmo. De repente, começo a ver tudo duplicado e uns vultos de bicho andando pelo mapa. Descubro que preciso colher flores pra recuperar minha sanidade. De alguma forma, sei lá, sobrevivo por 20 dias, aí tô no meio de uma exploração, o jogo avisa que eu tô congelando. Não sabia que as estações mudavam, e entrei no inverno, mas antes de voltar pra base ou saber o que fazer, morro. Não tem tutorial nenhum nessa droga. Mas o lance é esse. Vai morrendo até descobrir.

Você não sabe de antemão os requisitos dos jobs de FFT como não sabe onde estão os barris secretos de DKC, sequer como são os Fatalities desde o primeiro MK. Você descobre. Ou procura em revista. Ou em FAQ. Ou no encarte. Se você definitivamente não tem tempo ou saco pra perder horas e horas fuçando combinações infinitas (e eu te entendo, porque também não tenho), temos aí a internet pra pular a etapa. Mas isso não é culpa do jogo. É escolha nossa, da nossa disposição com o jogo. Você tá praticamente querendo um jogo que faz todo o serviço pra você, e nesse caso tem um produto mais adequado pra tal demanda, se chama FILME.  :D

Eu também não gosto de grinding, mas não querer dar nem sequer uma ou outra pausinha pra upar/reorganizar em um RPG DE ESTRATÉGIA sem quase nada de exploração é tipo querer muito ir na praia DESDE QUE não apareça um vendedor de côco porque AIMEUDEUS tenho fobia de côco. Mano, se tem fobia de côco nem vai na praia pra se poupar. Mas se não chega a ser fobia, só incômodo, pô, faz vista grossa pro cara vendendo côco, entende que ele tá tentando sustentar a família, e curte a vista do mar.  :)
#11
Também nunca vi ninguém com dificuldade de enfrentar o Sephiroth, na verdade mesmo sem grind a gente segura a batalha pra durar mais. :mrgreen:

Sobre FFT, Billy, eu não tenho saco pra grind, mas dá pra seguir sem, desde o começo! Quer dizer, precisa saber as habilidades, jobs e equips a ir investindo, claro, porque o começo não pega leve, e você deve ter feito umas escolhas não muito acertadas. Esse lance de a dificuldade ficar extra-easy quando você pega o Orlandeau é real (e eu acho o Balthier, que tem na versão PSP, mais apelão ainda), mas tem muuuito jogo até chegar lá, e nesse meio tempo você tem que se fortalecer anyway com outro time. Tem Agrias e Mustadio no segundo capítulo, que são bons (embora não apelões), mas eu particularmente mal uso os personagens da história, tanto porque você não consegue colocá-los nas missões da taverna. O grande lance pra mim é montar a equipe do zero mesmo, inclusive escolhendo signo e bravery/faith apropriados pro teu plano. Dá pra extrair muito de cada job (acho que só Orator/Mediator, Bard, Dancer, Archer e Geomancer não têm muita salvação), MAS dependem de configuração adequada e saber pra que usar. Por exemplo, no War of the Lions costumo mirar pro top tier de time mezzo-Arithmetician mezzo-DarkKnight, que faz você vencer qualquer batalha com um cuspe, mas é um trabalhão pra montar... eu nem considero grind porque vou encaminhando esse leveling desde o primeiro capítulo, então dá pra fazer isso tudo só com o XP/JP da história... se você traça a estratégia antes. E tem um lance no FFT, que o Strife mencionou, que é o Yell/Tailwind do Ramza/Luso, um pseudo-grind... você ganha JP usando essa habilidade, que dá Speed pra uma unidade (ou você), aí essa habilidade chega no turno mais rápido, pra ganhar JP, e você vai repetindo até que praticamente só vocês tenham turnos e fiquem se batendo pra ir upando até cansar; demora, mas não tanto; e dá pra passar sem; mas você já consegue isso no começo do jogo, pode usar pelo menos por agora, se estiver com dificuldades pra upar.

Mas ó, o que eu ia dizer é que, é tranquilo seguir o jogo com time de MONK, CHEMIST e PRIEST/WHITEMAGE, que são jobs bem iniciais. Já acabei o jogo com time inteirinho de Monk, que tem ataque forte, cura, revive, purifica, ataca de longe, e gasta menos em equipamento; o ninja é bom, mas se você coloca dual wield dele no monk, só inimigo de armadura o passiva de reflexos te segura. Os magos de fato vão ficando mais fracos ao longo do jogo, como o Strife disse, mas ainda acho o Priest muito bom até o fim do jogo pra dar suporte e descarregar Holy no que sobra. E o chemist não é tão bom agora, mas mais pro meio do jogo, quando você conseguir pistolas, e grana pra comprar os Phoenix Down e Potions que quiser, vira uma opção excelente. Então assim... faz um time de Monk. Aprende o de curar e o de socar à distância. Se der, mais um de reviver. Vê se aí você segue, se ainda quiser tentar.

#12
Mobile / Re:Pré ou Pós
May 04, 2021, 18:27:12
Erm, acho que não ficou clara a pergunta: é se é isso mesmo, se essa (possibilidade de ficar mais tempo na internet fora de casa, e fazer teethering também) acabaria sendo a única diferença pro meu uso, ou se tem fatores aí que não estou considerando.
#13
Mobile / Pré ou Pós
May 04, 2021, 18:25:35
Desculpa pela pergunta nível Yahoo Respostas (saudoso e nocivo para a humanidade seja, descanse em paz), mas queria a opinião pessoal de vocês mesmo.

Desde sempre meu celular foi pré. E faz uns 8 anos, Vivo. Tô satisfeito, só enche o saco acabar saldo na hora errada. Considerei se ir pro pós me faria economizar mais a longo prazo, mas acho que com meu baixo uso na pandemia, e o fato de eu nunca fazer ligações telefônicas praticamente, o pré ainda me vale mais, devo colocar uns $50/mês no máximo, que é equivalente ao plano controle mais barato da Vivo.

Minha questão é se estou perdendo muito desempenho de internet. Não vejo streaming no celular, mas acho que porque me habituei a economizar mesmo. Grosso modo, internet pra ambas modalidades é equivalente em qualidade e velocidade, só muda a "duração" do seu uso? Porque acho que seria a única vantagem que o pós traria pra mim: eu me habituar a fazer coisas pesadas na internet fora de casa.

Brigaduh.
#14
Depois de anos e anos só jogando emulador e jogo indie porque meu PC não rodava outra coisa, finalmente comprei um PC decente em dezembro com a orientação de Baha e Kingo, pra ampliar meu espectro de experiências, e aí agora estou praticamente só jogando emulador e jogo indie. :mellow:

Eu tenho a impressão de que Resident Evil 4 abriu um vórtice de distorção dimensional e todos jogos de ação da atualidade são Resident Evil 4, até os RPGs. God of War tem culpa também por colocar aquela birosca do desafio de apertar o botão que flasha na tela na hora certa, seja pra matar uma mosca com uma raquete, seja pra dar um salto mortal quádruplo carpado por dentro de um arco de fogo no Tártaro enquanto esquiva de dinossauros. Eu acho incrível como ao invés de a tecnologia abrir espaço pra jogos cada vez mais diferenciados, ela noiou nesse fetiche de fazer jogos cada vez mais realistas, e aí foi tão bem sucedida nisso que acabou no final das contas sempre fazendo o mesmo jogo.

Pelo menos as empresas menores têm que se destacar pela criatividade, reinventar gênero mesmo, substituir parrudice técnica por sacada. Bom, os jogos que mais joguei nos últimos tempos foram Cuphead e Hollow Knight. Acho ambos excelentes. Mas aí fico insistindo em jogar jogo "bom" e "mais moderno", e uma frustração veio com The Witcher 3. Achei completamente insuportável. É lindo. Caprichado. Amplo. Mas pra mim é uma fórmula de repetição infinita não muito diferente de Diablo. Ou de Resident Evil 4. Ou Tomb Raider. Ou Far Cry. Ou virtualmente tudo. Mil itens pra craftar, mil lugares pra ir, mil personagens e lores, que no fundo pra mim só servem pra camuflar uma coisa: em essência, o jogo é a mesma coisa de todo o resto. Itens, lore, gráficos, é tudo skin pra você achar que tem variedade enquanto no fundo você vai ficar fazendo a mesma coisa por 200h de jogo. É uma infindável e colorida variedade de mesma coisa, é uma batalha de rima com um gago.

É isso. Tô postando porque soube que tem uma seita witcheriana aqui e quis polemizar, beijos.  :seifersux:
#15
Geral / Re:POLITICA PORRA
Jun 18, 2020, 11:32:08
Tô no deadline de um seminário que não tenho prazer em escrever, aí vem o inconsequente do Baha "ei, tem uma discussão no fórum onde você vai ter prazer em escrever". Li por cima, me deu faniquitos e tô aqui me controlando pra sair logo desse tópico antes que eu comece e não pare. Mas queria dizer que tô feliz que a grande maioria aqui é radicalmente contra esse boçal na presidência. Porque é lugar-comum de homem geek internético classe média como a gente ter uns alter-ego meio Capitão Nascimento e viver fora da realidade, como vi acontecer muito na minha família e com amigos antigos, e inclusive era uma tendência minha lá em períodos de começo de fórum antes de eu tomar umas na cara. Hoje quem não é radicalmente contra esse filho da puta ("ah, peraí, eu prefiro ele, mas tem muitas coisas que eu não concordo nele..." é o caralho, se não se revoltou totalmente ainda, assuma que partilha da mesma moralidade), precisa ir pra um psicólogo entender porque tem tanto ressentimento com os colegas de espécie. Mas em termos práticos, pra mim não impeachment que resolve, nem manifestação, só desobediência privada, e a looongo prazo. Também achei, King, que seria melhor esse cara ganhar, pro PT sair, e pra bolsonarista desencantar vendo a realidade... mas eu não podia imaginar que a alucinação era tão severa ao ponto de, em um ano e meio de pura merda, se alienarem mais ainda ao invés de desencantarem. Vamos seguindo.