Quote from: Baha on Mar 15, 2023, 01:05:08
Encerrei um assunto pendente da minha infância, terminando os jogos da Turma da Mônica! Eu tive um Master System e joguei bastante esses jogos, mas nunca terminei nenhum na época.
Todos eles são basicamente vários reskins dos jogos da série Wonder Boy, sendo eles:
Wonder Boy (Arcade/Master System/Outros)
Esse ainda não joguei. Não há uma versão abrasileirada desse.
Wonder Boy in Monster Land -> Mônica no Castelo do Dragão (Master System)
É um jogo bem arcaico e bem difícil também, principalmente pelo fato de que você só tem uma vida, sem passwords e sem continues, então é preciso terminar de uma vez só. Provavelmente por isso não consegui na época. O jogo é um action adventure dividido em fases lineares. As fases são relativamente curtas, mas pode haver alguma exploração dentro de uma fase. Além disso você ganha dinheiro para comprar equipamentos e sua pontuação funciona como XP, pois você aumenta a quantidade de HP ao atingir certas quantidades.
Dito isso, o jogo tem mecânicas anti-grinding, como inimigos com limite de respawn e drops, além de limite de tempo que te faz tomar dano se demorar muito nas fases. Fui descobrir agora o motivo disso: Esse jogo nasceu no Arcade e a versão de Master System é um port. Acabei usando savestates pra terminar.
A versão da Mônica é basicamente o mesmo jogo, trocando o sprite do protagonista para o da mônica (e um sprite bem feio aliás) e traduzindo diálogos dos NPCs e alguns nomes. A tradução porém tem vários furos, como por exemplo vários elementos da interface e de algumas cenas que ficaram sem tradução.
Wonder Boy: The Dragon's Trap -> Turma da Mônica em: O resgate (Master System)
Esse é talvez o jogo mais famoso da série, tanto que é ele que ganhou um remake recente. Ele é uma continuação direta do anterior, mas o estilo de gameplay mudou bastante. Agora é praticamente um metroidvania sem a divisão por fases, e as mecânicas anti grinding foram removidas. O jogo não tem mapa, mas como o mundo do jogo não é grande é fácil saber como chegar em qualquer lugar. Os controles são melhores e a jogabilidade é em geral muito mais agradável, além de agora haver um sistema de passwords para poder parar e continuar quando necessário, e os continues são infinitos. Na história o protagonista é amaldiçoado e transformado em um monstro no final do jogo anterior, e agora ele precisa derrotar vários chefes para conseguir novas formas até finalmente voltar a ser humano no final. Cada forma tem habilidades diferentes e modificadores de atributos diferentes.
De negativo só identifiquei 2 problemas importantes: O jogo tem uma mecânica de carisma, na qual é preciso aumentar esse atributo para as lojas venderem itens melhores. O carisma depende da forma atual, da armadura equipada e do número de Charm Stones que você possui. O grande problema desse sistema é que em um certo momento você precisa comprar uma certa armadura para poder prosseguir com o jogo, e a disponibilidade dela está sujeita a você ter 50 de carisma. A essa altura do jogo você ainda não pode trocar livremente de formas, estando preso em uma específica. Mesmo com a armadura que mais ajuda no carisma, é necessário ter 28 charm stones para atingir o carisma necessário. Quando cheguei nesse ponto jogando normalmente, eu tinha 13... E como você consegue charm stones? Elas são um drop RARO de ALGUNS inimigos. Sim, você inevitavelmente TEM que farmar nesse momento, e demora. Isso quebra absurdamente o ritmo do jogo. Ah, e o manual do jogo explica o funcionamento da mecânica de carisma, mas em nenhum lugar (exceto na internet recorrendo às boas almas que já passaram por isso e compartilharam o conhecimento) é informado quais inimigos dropam charm stones e o fato de que o carisma necessário para a armadura dessa parte do jogo é 50... Felizmente essa mecânica é universalmente reconhecida como péssima, tanto que no remake ela foi totalmente removida. O segundo ponto negativo é o último boss, cuja hitbox (e a dos seus ataques) é horrível e ele frequentemente te coloca em stun lock.
Na versão da Turma da Mônica, a história é que a Mônica foi sequestrada pelo Capitão Feio ao invés de transformada em monstro, e o Chico Bento aparece para tentar salva-la. Ao invés de novas formas, você ganha personagens conforme vai matando os chefes, sendo eles Bidu, Cebolinha, Magali e Anjinho. Cascão e Franjinha não são jogáveis, mas aparecem entrando no lugar dos NPCs das lojas e hospital. A localização aqui foi muito melhor e mais completa, traduzindo todos os textos de todos os tipos, e os sprites têm um visual bem melhor. Ajuda que por padrão são sprites maiores, assim como no jogo base.
Esse jogo, exceto pelos problemas que eu citei, envelheceu MUITO melhor que o primeiro. Só usei savestates nas ocasiões onde normalmente eu pegaria passwords, e na porta do último chefe. Na época eu provavelmente não terminei por ter esbarrado no "grindwall" das charm stones sem ter ideia de o que eu deveria fazer. Com jogo alugado sem manual e internet inexistente, eu nem tinha noção da existência da mecânica de carisma.
Wonder Boy in Monster World -> Turma da Mônica na Terra dos Monstros (Mega Drive)
Esse é um que eu não tinha jogado quando era criança, então foi totalmente novo pra mim. Existe um port para Master System também, mas a versão principal é a de Mega Drive e foi essa que eu joguei agora.
Como um jogo de Mega Drive, é algo mais avançado do que o que havia no Master System, mas devo dizer que tecnicamente não achei ele um grande salto, e além disso a interface ocupa um espaço bizarramente grande na tela. A história segue um novo protagonista e novamente o jogo lembra a estrutura de um metroidvania. Mesmo ele não tendo um mapa não é difícil se orientar e se deslocar entre os locais. Há várias cidades para visitar, áreas para atravessar e dungeons para explorar e derrotar chefes. Apesar disso, o jogo não é longo e no máximo é um pouco maior que o anterior. Dessa vez não tem troca de formas, apenas equipamentos, incluindo 2 tipos de armas, e eventualmente alguma dungeon tem um gimmick aqui e ali. Em algumas ocasiões um NPC te ajuda em combate em dungeons, mas eles são quase todos bem inúteis. Ao invés de passwords o jogo agora salva o progresso, mas não há mais sistema de continues e se morrer é preciso carregar um save.
A versão da Turma da Mônica troca o protagonista pela Mônica e alguns NPCs importantes pelos amigos dela, mas de resto a própria história permanece praticamente inalterada.
Em geral esse é o mais redondinho e equilibrado da série até aqui. É também o útimo a ter uma versão abrasileirada usando a Turma da Mônica.
Monster World 4 (Mega Drive)
Esse é um que não joguei ainda.
Monster Boy and the Cursed Kingdom (Steam/Consoles atuais)
Metroidvania moderno e com bastante conteúdo. Tem um review meu recente sobre ele aqui nesse tópico.
Pra mim quem nunca zerou Kenseiden não tem autoridade pra fazer review de Master System.