Apanhado geral - JRPGs (e similares) da geração 32/64 bits

Started by Baha, Feb 10, 2016, 15:13:23

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Baha

Com meu review de Panzer Dragoon Saga postado recentemente eu encerrei a minha lista de JRPGs da geração, composta quase que totalmente por jogos de PS1, e chegou a hora de eu fazer um apanhado geral da experiência, bem como fechar meu ranking de tudo que foi jogado.

Estou incluindo tudo o que eu terminei do gênero, inclusive jogos que joguei há mais tempo e não como parte da tal lista. Isso com certeza distorce o ranking final, pois coisas que joguei na época do lançamento tiveram um impacto totalmente diferente de jogos que só fui jogar devidamente no ano passado.

Por isso também eu não estou me sentindo confortável com esse ranking direto que eu fiz dos jogos. Alguns são suficientemente diferentes de forma a ser difícil eu dizer "esse é melhor que aquele". É mais válido eu separar os jogos em "tiers" e dizer que dentro de um determinado tier não há uma ordenação específica, mas apenas uma grande nuvem de jogos que se qualificam. De qualquer maneira, vou fazer as duas coisas, mas lembrando que a ordem de 2 determinados jogos em sequência dentro do mesmo tier não deve ser levada muito a sério, e pode inclusive mudar para mim dependendo do meu humor. A classificação também é mais ligada a representar o quanto eu gostei dos jogos ao invés de se basear em uma análise imparcial de suas características.

Alguns comentários gerais:

-De fato os jogos mais famosos e comentados em suas respectivas épocas são, em geral, os melhores mesmo. Há, porém, algumas exceções notáveis. Isso inclui tanto jóias ocultas como jogos que foram muito bem falados mas que simplesmente não me desceram.

-Um ou outro jogo pode estar estar faltando. Mais notavelmente Dragon Quest 7 e os 3 cenários de Shining Force 3. Esses eu pretendo jogar em outra ocasião como parte de maratonas de suas respectivas séries, e posso vir a atualizar essa lista com suas inclusões no futuro.

-Eu fiquei em dúvida entre incluir ou não Alundra, já que ele destoa bastante do gênero. Mas como ele estava entre os games que joguei na peregrinação, decidi fazê-lo. E ao incluí-lo fiquei em dúvida entre colocar os Zeldas de N64 também, já que faria sentido figurarem numa mesma lista por serem gêneros muito próximos, mas no fim das contas não o fiz. O asterisco ao lado do nome denota Alundra como um "corpo estranho" nessa classificação.

-O primeiro Arc the Lad, sendo basicamente um SRPG puro também acaba sendo um exemplo mais periférico do gênero, mas foi mais fácil decidir por sua inclusão por ser parte de uma série que definitivamente faz parte da lista. Final Fantasy Tactics por exemplo não se enquadra.

Sem mais, segue o ranking, com um breve comentário para cada jogo:

Top Tier - Os melhores dos melhores

1 - Final Fantasy 7
O que dizer sobre o jogo que popularizou o gênero no ocidente? Esse eu joguei pela primeira vez na época de seu lançamento, uma época em que eu ainda estava descobrindo o gênero e, por isso mesmo, foi um jogo com um enorme impacto sensorial e emocional em mim. Além disso já faz muitos anos desde a última vez que joguei. Mesmo tentando deixar isso de lado para uma análise mais fria e imparcial, ainda é um jogo gigantesco, com um bom ritmo, toneladas de conteúdo, um sistema interessante e altamente customizável, tudo muito bem encaixado e com ideias à frente do seu tempo, algumas que levaram vários anos até serem implementadas com maior sucesso. E claro, contando com uma das grandes trilhas sonoras do mestre Nobuo Uematsu.
2 - Wild Arms 2
Eu fiquei surpreso ao descobrir que a receptividade desse jogo foi tão morna em seu lançamento. Eu só joguei ele muito recentemente, mas foi uma das grandes surpresas do ano passado. Mesmo sendo um dos grandes, com mais de 50 horas se me lembro bem, foi um jogo que eu fiquei triste quando "já" estava acabando. Melhor que o primeiro em tudo, menos na trilha sonora (que mesmo assim chega muito perto), foi uma das experiências mais prazerosas que tive com o gênero na plataforma. Quase tudo é muito bem dosado e executado.
3 - Wild Arms
Um clássico que pode não ter tido vendas excelentes, mas é amado pelos fãs, e por boas razões. Uma trilha sonora magnífica e com estilo próprio, uma aventura agradável de acompanhar e com um ritmo excelente, além de uma jogabilidade que mescla solução de puzzles no cenário semelhante a Zelda com combates que, embora simples e tradicionais para um JRPG, são muito bem implementados. Tudo isso faz de Wild Arms uma obra inesquecível.
4 - Suikoden II
Esse eu já havia jogado uns anos antes de começar minha lista, mas ainda estava fresco na minha memória que eu havia gostado muito dele. Ao jogar o primeiro eu me lembrei que Suikoden II era uma versão muito melhor de seu antecessor em todos os aspectos. Uma história interessante e tocando em assuntos pouco explorados no gênero de forma extremamente bem executada, um cast gigantesco de personagens surpreendentemente carismáticos, sistemas muito práticos e bem implementados e situações de dar um nó na garganta. Tudo isso contribui para uma experiência espetacular.
5 - Panzer Dragoon Saga
Um jogo curto para os padrões do gênero (apesar de ocupar 4 CDs), que chegou atrasado para uma plataforma natimorta, mas surpreendeu pela maestria com que conseguiu executar conceitos extremamente criativos e interessantes de ambientação e jogabilidade. Extremamente agradável e divertido, apesar de ter sido ambicioso demais para o console no qual foi lançado, resultando em gráficos que envelheceram muito mal, é uma joia oculta que deve ser jogado por todos que tiverem a oportunidade.
6 - Xenogears
Falando em jogos ambiciosos, aqui temos um que extrapolou em todos os sentidos, a ponto de ter sido lançado incompleto (o que mais explicaria aquele segundo CD?). Mesmo assim aquilo que chegou às nossas mãos trouxe uma história densa, complexa, cheia de reviravoltas e que por si só era capaz de segurar o jogo. Mas além disso ele possuía personagens e lugares interessantes e variados, transformando tudo numa jornada épica e fascinante, sempre mantendo o interesse em quais mistérios seriam revelados a seguir e o que haveria adiante para conhecer. Esse é outro que eu joguei há muito tempo e não como parte da lista, mas muita coisa ainda está fresca.
7 - Breath of Fire 3
O ápice da série, Breath of Fire 3 toma decisões ousadas ao mudar o tom e o foco de sua narrativa, sem no entanto descaracterizar o jogo com relação a suas origens. O resultado é uma jornada gigantesca, porém muito centrada e pessoal. A jogabilidade possui a melhor implementação de alguns dos sistemas da série, seu grupo é composto por personagens muito carismáticos e o modo como o ritmo de tudo isso é conduzido te faz gastar horas e mais horas em eventos paralelos e sem se preocupar em ter pressa de ir até o fim. A jogabilidade extremamente agradável ajuda a conseguir esse efeito. A trilha sonora possui uma pegada muito diferenciada e que nem sempre se encaixa com o jogo, mas que obtém resultados fantásticos quando funciona.
8 - Grandia
Mais um jogo que eu joguei há muito tempo atrás, Grandia segue o padrão "road trip" de narrativa, onde o tempo todo você é levado a conhecer lugares novos, um mais fantástico que o outro, e nunca olhar pra trás. Grandia destoa do padrão por ter uma história majoritariamente leve e bem humorada, deixando o drama em segundo plano. O grande foco é a sensação de aventura e descoberta. Junte isso à introdução do criativo sistema de combate que fez a fama da série, uma trilha sonora que pontua de forma perfeita as situações e você tem uma aventura inesquecível nas mãos.

Runner Ups - Imperfeitos, mas imperdíveis

9 - Arc the Lad 2
No caso de Arc the Lad, o ápice da série foi no segundo jogo, que pega os elementos básicos de seus combates de SRPG introduzidos no primeiro, os expande, melhora e envolve com todo um JRPG completo, tornando o jogo diversas vezes maior que seu antecessor em todos os aspectos. A história também é contada com muito mais detalhamento e cheia de momentos tensos e emocionantes. Tudo isso é muito bem executado, mas não o suficiente para impedir que ele se torne cansativo em sua reta final. Infelizmente parece que combates de SRPG não são o melhor sistema para um jogo dessa magnitude devido à sua complexidade e pelo tempo que tomam. Além disso o gerenciamento do limitadíssimo inventário garante algumas situações irritantes.
10 - *Alundra
Alundra talvez não deva fazer parte dessa lista, mas... Imagine uma versão mais dark, pesada e complexa de The Legend of Zelda: A Link to the Past. Isso é Alundra. Uma história que parece ter sido escrita pelo George R.R. Martin, uma jogabilidade interessante, razoavelmente desafiadora de action RPG e vários puzzles que podem fazer algumas pessoas se descabelarem são os elementos que tornam Alundra um jogo bastante único em sua geração.
11 - The Legend of Dragoon
O "Final Fantasy killer" da Sony acaba se mostando um jogo bastante competente. Com 4 CDs que de fato rivalizam em extensão com a série da Square, o jogo conta uma história que não muda sua vida, mas é interessante o suficiente para manter o embalo e tem suas reviravoltas. Um sistema de combate com detalhes bacanas que evitam tornar as coisas cansativas e uma grande variedade de locais e situações tornam o jogo bastante divertido. Ele também possui uma boa dosagem de elementos opcionais, mas no fim das contas não deixa de estar à sombra de seu concorrente e deixar a clara sensação de ser de fato um clone, ainda que muito bem feito.
12 - Tales of Eternia
Esse jogo corrige tudo o que havia de ruim em Tales of Destiny e apresenta uma jornada longa por 2 mundos grandes e detalhados. O sistema de combate característico da série retorna melhor do que nunca e o grupo carismático ajuda a manter as coisas interessantes enquanto você explora os belíssimos cenários desenhados à mão. Infelizmente o jogo possui alguns problemas de ritmo que fazem a reta final seguir com uma progressão estranha durante eventos conclusivos que pareciam meio vazios, decepcionantes e anti-climáticos.
13 - Lunar: The Silver Star Story Complete
O primeiro de uma dupla de jogos idolatrada pelos fãs, Lunar me pareceu uma experiência muito agradável bem construída, que faz tudo de forma muito competente, mas nada de forma excepcional. Com gráficos 2D muito simpáticos, a jornada de amadurecimento de Alex e Luna conta com um sistema de combate mais complexo que o tradicional, mas sem chegar a ser um SRPG. O problema é que a elevada dificuldade dos combates, aliada ao inventário limitado acaba deixando a reta final do jogo bastante cansativa. Porém o grupo extremamente variado e carismático de personagens ajuda a manter a diversão em alta e a trilha sonora é bastante memorável.
14 - Lunar 2: Eternal Blue Complete
A sequência expande alguns conceitos do primeiro jogo e apresenta um protagonista mais interessante em uma aventura ainda mais épica, porém o grupo e o mundo não conseguiram me passar o mesmo carisma e senso de variedade do primeiro game.
15 - Parasite Eve
Um outro jogo que eu tinha jogado em sua época de lançamento. Relativamente curto, porém bastante diferenciado, se passando nos dias atuais e utilizando um sistema de combate bem distinto. Faz um bom trabalho em se mostrar o "RPG cinemático" que proclama ser, e em alguns aspectos lembra Panzer Dragoon Saga pelo modo como traz mudanças criativas às convenções do gênero, mas não tem a mesma capacidade de prender o interesse.

Segundo escalão - Bons jogos, mas com ressalvas

16 - Suikoden
Um jogo muito agradável de jogar e que se atém, na maior parte do tempo, aos pilares clássicos do gênero, mas demonstrando excelente execução. Ele traz, porém, algumas ideias novas e interessantes, como sua base preenchida pelos até 108 personagens recrutáveis. Mesmo assim ele é um jogo bem feijão com arroz, que não se estende por muito tempo e que deixou a verdadeira realização do seu potencial nas mãos de sua continuação.
17 - Star Ocean 2
Esse é um jogo estranho, desconfortável, que parece fazer muita coisa de maneira esquisita, desconjuntada e mal planejada. Um ritmo muito estranho e uma constante sensação de que "faltou algo" nos lugares e situações por onde você passa permeiam toda a história. Porém, por algum motivo o conjunto da obra acaba sendo uma experiência divertida, agradável e que prende a atenção do começo ao fim. Algo que ajuda a elevar o jogo também é o sistema de combate divertido e dinâmico, derivado da série Tales Of na qual membros da equipe trabalharam anteriormente.
18 - Final Fantasy 9
Um legítimo Final Fantasy como só a Squaresoft sabia fazer. Final Fantasy 9 propõe um "retorno às origens" com uma ambientação de foco majoritariamente medieval fantástico e visual bastante estilizado, trazendo uma trilha sonora tradicionalmente excepcional. Elementos como um sistema de combate com problemas de execução e um ritmo por vezes mal conduzido o impedem de realizar todo o seu potencial. Ainda é um jogo que vale muito a pena, mas sem a capacidade de grudar sua atenção do começo ao fim como o sétimo jogo da franquia.
19 - Persona 2: Innocent Sin
Aqui são expandidas e realizadas em seu pleno potencial as criativas inovações de ambientação e jogabilidade introduzias com o primeiro Persona. Ambientado nos dias atuais e contando com uma jogabilidade agradável, bons gráficos e sistemas interessantes, Persona 2 é um jogo repleto de qualidades. Infelizmente ele é também um jogo pesado em termos de texto e narrativa, com um ritmo extremamente arrastado e uma jogabilidade que exige muito grinding, se tornando frequentemente cansativo, diferente do tipo de progressão que, apesar de lento, é leve e agradável como em Breath of Fire 3.
20 - Persona 2: Eternal Punishment
Sendo basicamente a segunda metade de um mesmo jogo gigantesco iniciado por Innocent Sin, Eternal Punishment aprimora alguns elementos de seu antecessor e apresenta sua história por novos e interessantes pontos de vista. Infelizmente, no entanto, aquilo que era considerado problemático em Innocent Sin é ainda mais presente e evidente aqui.
21 - Arc the Lad 3
O último jogo da série na geração dá alguns passos adiante com relação ao segundo jogo, mas várias de suas decisões de design acabam se provando duvidosas e não funcionando tão bem. A história é contada de forma muito mais densa e detalhada, mas é bem menos épica e não é tão bem conduzida. Os sistemas foram simplificados, mas parte da complexidade removida eram aspectos positivos no anterior. Por fim, toda a narrativa é atrapalhada por alguns personagens absolutamente irritantes e com quem o jogo incompreensivelmente tenta nos fazer simpatizar.
22 - *Arc the Lad
O primeiro jogo dessa franquia é vítima não de algo que faz errado, mas de o quão curto e limitado ele acaba se mostrando. Um sistema de combate de SRPG simples e bacana é basicamente tudo o que o primeiro Arc the Lad tem a oferecer, junto com uma história muito pouco interativa e contada às pressas, resultando em um jogo que mal passa de 15 horas de duração, isso caso você decida fazer tudo de opcional que ele tem a oferecer. De fato ele é apenas um teaser para o jogo imensamente superior que viria a ser Arc the Lad 2, mas ainda assim é um teaser divertido e agradável de jogar.

Abaixo da média - Problemáticos ou limitados, mas possuem qualidades

23 - Legend of Legaia
Esse jogo é interessante, com seu sistema de combate baseado em combos e seu visual inteiramente poligonal (ainda que use câmera com ângulos fixos para poder mascarar simplificações na construção do cenário). Infelizmente um ritmo de progressão altamente inconsistente, somado a uma dificuldade acima da média e a combates demorados que se tornam cansativos e repetitivos durante os eventos intermediários do jogo tornam a experiência menos interessante do que poderia ser. Felizmente ele ganha um bom embalo na reta final, mas a essa altura é difícil esquecer o gosto amargo que ficou.
24 - Thousand Arms
Aqui temos um jogo extremamente criativo e divertido (ainda que apelativo) no quesito de sua história e de seus personagens, focando quase que totalmente em humor. Uma pena que seus aspectos técnicos e algumas decisões quanto à jogabilidade, principalmente nos combates, não demonstrem a mesma qualidade. Mesmo assim seus pontos fracos são possíveis de se relevar, e as risadas conseguem sustentar a jornada por conta própria.
25 - Final Fantasy 8
Apesar de tecnicamente muito mais bem acabado que alguns games que coloquei em patamar semelhante, Final Fantasy 8 falha em ser agradável e cativante, ao mesmo tempo em que seus defeitos chamam a atenção de maneira muito evidente. Ele possui uma história extremamente pretensiosa, mas que é contada de uma forma por vezes desnecessariamente convoluta e mal amarrada. Seu sistema de combate e evolução possui sérios buracos que permitem tirar proveito dele de forma fácil e desleal, além de ajustar tudo sempre ao seu nível, removendo a sensação de que a evolução faz algum sentido. Os personagens são em sua maioria pouco carismáticos, o protagonista é insuportável e o mundo é gigantesco mas extremamente vazio e desanimador.
26 - Valkyrie Profile
Esse é um jogo extremamente experimental e diferente de um RPG convencional em diversos aspectos, da progressão de seus eventos até o sistema de combate. É difícil afirmar com certeza se foi um caso de má execução de suas ideias, mas o resultado final não foi um jogo divertido e cativante, progredindo na maior parte do tempo "no automático".
27 - Breath of Fire 4
Abandonando a continuidade de história e ambientação de seus antecessores, o quarto jogo da franquia aprimorou algumas coisas, principalmente com relação ao sistema de combate, mas deu diversos passos pra trás em outros aspectos, além de contar com personagens desinteressantes e um enredo principal extremamente sem graça e que avança num ritmo inconsistente, com algumas boas ideias implementadas aqui e ali.

Baha

Limbo - Difícil recomendar

28 - Dragon Quest VII
Um dos jogos mais longos da franquia, ele atinge essa duração através e uma progressão absurdamente arrastada e entediante, tanto em termos de gameplay quanto história. Sistemas desequilibrados, evolução lenta, história fragmentada em crônicas que dão sempre a sensação de voltar à estaca zero, inconveniências incompreensíveis em seus sistemas centrais de gameplay, e aspectos técnicos bastante fracos o tornam um jogo difícil de se forçar a terminar.
29 - *Azure Dreams
Misturando elementos de construção de cidade, simulador de relacionamentos, treinamento de monstros, dungeon crawler e roguelike, o problema principal de Azure Dreams é se tornar cansativo muito rápido, não oferecendo nada de novo na exploração (onde você vai passar a maior parte do tempo) após as primeiras horas de jogo e dependendo excessivamente de sorte para permitir o avanço. As dungeons geradas aleatoriamente não são interessantes quando tudo o que muda é o posicionamento de corredores iguais conectando salas iguais com itens pouco variados.
30 - Chrono Cross
Talvez Chrono Cross pudesse ter sido um jogo mais interessante se não tentasse ser uma espécie de semi-continuação de Chrono Trigger. O jogo é praticamente impecável em seus aspectos técnicos, mas o sistema de combate é desconfortável, o sistema de evolução é muito restritivo, seu grupo pode ter uma quantidade gigantesca de personagens cujo impacto na história é quase nulo, as ligações com Chrono Trigger só servem para fazer retcons desnecessários e anular eventos que eram cheios de significado, a história tenta ser tão complexa que acaba se perdendo sozinha em suas inúmeras sub-tramas, mas não se mostra interessante, cativante, ou capaz de fazer eu me importar com os eventos e personagens. Enfim, no fim das contas eu estava chegando ao final mais por obrigação que por qualquer outra razão.
31 - Tales of Destiny
Os conceitos básicos de Tales of Destiny são todos adequados para um sucessor do excelente Tales of Phantasia, mas o problema está na execução. Personagens desagradáveis passando por situações mal contadas e ainda prejudicadas por uma tradução porca. Um ritmo muito ruim para a progressão dos eventos. Os piores gráficos que eu já vi num world map. Tudo isso torna o jogo quase intragável. Praticamente só o famoso sistema de combate da série e um ou outro personagem interessante trabalham a favor do jogo, mas não chega a ser o suficiente para salvá-lo.
32 - Quest 64
Praticamente a única coisa que possa ser considerada um JRPG no Nintendo 64 (se não expandirmos a definição para abranger Zelda), esse poderia ser até que um jogo simples, ingênuo e simpático, não fosse pelos seus frequentes combates, usando um sistema que parece interessante a princípio, mas se torna incrivelmente tedioso bem rápido, e por suas dungeons monótonas e intermináveis. A história extremamente simplória e sem sal não ajuda em nada a segurar o jogo e as localidades, apesar de variadas, são muito pouco inspiradas.
33 - Revelations: Persona
Apesar de ter trazido à luz ideias interessantes e sistemas criativos, o primeiro Persona tem uma execução arcaica e precária que o torna praticamente insuportável. Combates demorados e frequentes, dungeons repetitivas e labirínticas, aspectos técnicos muito pobres, jogabilidade travada e desconfortável... Vale mais como algo didático do que como um jogo para extrair alguma diversão. Mesmo os pontos positivos do jogo estão muito aquém de realizar seu potencial de forma adequada, e a única coisa que realmente salva a experiência é a lendária música de Satomi Tadashi!

Raptor

Só te corrigir umas coisas, já que sou detentor da verdade absoluta:

- Final Fantasy IX é top tier.
- Suikoden 2 é runner up.
- E Parasite Eve entendo o argumento, mas acho muito bom.
- Gamers RPG e Puppet é golden top tier plus.

Depois leio com calma, mas achei mór legal o topic e a verdade é que não joguei boa parte dos não-top-tier.

King

Como eu já te disse no Skype, todos os jogos que eu já joguei da sua lista se encaixam nas tiers que vc estipulou, o que quer dizer que vc tem de fato muito bom gosto. :mrgreen:

Só não me conformo de vc ter gostado mais de WA2 que WA1, mas tão na tier certa. :P

Strife

Sim, tb concordo com boa parte dos tiers do Baha. Tiraria Xenogears do top, colocando Lunar 2, Arc the Lad 2, Parasite Eve, Persona 2 (Innocent Sin e Eternal Punishment) no lugar. De resto concordo com a maior parte, mas acho sacanagem colocar Legend of Legaia, Valkyrie Profile e Breath of Fire IV no mesmo tier que Thousand Arms, argh :P

Não sou fanático por VP (inclusive considero VP2 de PS2 muito melhor), mas é um jogo bem único e ousado, embora concorde com a parte de que nem todas as execuções dele funcionam bem. Mesmo assim, a produção sozinha já vale menção.

Achei acertada tb as observações de Legend of Legaia, boas ideias mas no final o jogo sofre de uma curva de dificuldade inconstante e o sistema de batalhas acaba ficando muito lerdo. Gostei bem mais do Legaia 2: Duel Saga, que consertou esses problemas e ficou bem mais dinâmico.

Thousand Arms deveria estar no limbo. Inclusive, acho sacanagem com Chrono Cross, independente das ressalvas haha. De resto Tales of Destiny realmente não envelheceu bem, não joguei Quest 64 e aparentemente o remake de PSP de Persona consertou muito do que disse sobre o Revelations: Persona.

Curiosidade, chegou a jogar os seguintes RPGs de PS1?

Blood Omen: Legacy of Kain
Brave Fencer Musashi
Front Mission 3
Granstream Saga, The
Guardian's Crusade
Jade Cocoon: Story of Tamamayu
Kartia: The Word of Fate
Legend of Mana
SaGa Frontier II
Saiyuki: Journey West
Shadow Madness
Threads of Fate
Vagrant Story
Vandal Hearts
Vandal Hearts II

Nem todos são bons, alguns podem surpreender, outros são apenas curiosidade por uma ou outra razão. Depois disso acho que não tem mais nada que valha a pena (que eu saiba).

Dragon Quest VII no PS1... não recomendo. Está para sair (em inglês) um remake cheio de melhorias extremamente necessárias ao original. Único porém é que é para 3DS, mas não descartaria um port para outras plataformas (ou mesmo emulador futuramente), caso não tenha planos de adquirir o portátil.

Irá arriscar outros RPGs de Saturn além de Panzer Dragoon Saga e Shining Force 3?

Baha

Xenogears tem falhas graves, do tipo que não deixariam um jogo se classificar no top tier... Mas a parte boa dele é TÃO boa que consegue superar até mesmo isso.

Arc the Lad 2 só não entrou porque não conseguiu impedir o "Peloamordedeus acaba logo" que rolou na reta final.

Parasite Eve não tem, er, "magnitude" suficiente pra entrar e não acerta tão em cheio em todas as suas experiências quanto Panzer Dragoon Saga pra compensar isso.

Persona 2 não tinha como, quando eu passei mais da metade dos jogos em modo "Peloamordedeus acaba logo".

E sinto muito, mas eu tive momentos mais legais jogando Thousand Arms do que qualquer coisa que Chrono Cross tenha conseguido me oferecer.

Legacy of Kain, Brave Fencer Musashi, Granstream Saga e Threads of Fate eu decidi não colocar como parte da lista por serem action RPGs. Alundra e Azure Dreams acabaram se infiltrando, mas ficou nisso.

O mesmo vale pra Front Mission 3 e Vandal Heats 2, por serem SRPGs "puros", ou seja, com o gameplay 100% focado em seus combates. O primeiro Arc the Lad se infiltrou por causa da existência do resto de sua série. Vandal Hearts 1 eu já joguei.

Legend of Mana cai no primeiro caso e eu já... er... "assisti" ele, LOL.

Vagrant Story passou batido mesmo, e eu ouvi histórias de terror sobre o gameplay de shadow madness.

O restante eu nem conhecia e/ou lembrava.

Boa parte dos que você citou estão lá no bolo de não-jrpgs de PS1 que eu montei um tempo atrás com a ajuda de vocês e vou jogar eventualmente um dia.

Além de Rayearth tem muita coisa no gênero pra Saturno?

Ah, e eu tenho um 3DS! \o/
Não usei ele ainda desde que comprei há uns meses, mas tenho!

Billy Lee Black

Bem, já é sabido que meus gostos divergem um pouco da maioria, mas nesse caso eu concordo com muita coisa ae.

Mas, pra mim, Legend of Legaia, Legend of Dragoon e Alundra são Tier 1.

Breath of Fire 4 é no mínimo Tier 2. Gosto muito dele :D

E eu colocaria nessa lista os SRPGs e Action RPGs sim. Eu jogo tudo no mesmo gênero :p

Strife

Assim como o Billy, tb costumo incluir ARPGs e SRPGs.

Shadow Madness é tosco, mas não tem "história de terror" a jogabilidade não. Bem básica na verdade, é uma tentativa americana de reproduzir FFVII. Melhor que Thousand Arms :D

Do Saturn eu ainda gostei muito de Albert Odyssey: Legend of Eldean, recomendo dar uma olhada pra ver se gosta.

Outros RPGs de Saturn que saíram em inglês mas que ainda não tive a oportunidade de jogar:

Dark Savior (ARPG)
Dragon Force (SRPG)
Legend of Oasis (ARPG)
Magic Knights Rayearth (ARPG)

Ah, e os scenarios 2 e 3 de Shining Force 3 foram traduzidos por fãs (mas ainda não joguei tb).

Maioria ficou em japonês infelizmente, tirando aqueles que foram lançados para PS1 (Grandia, Lunar 1 e 2).

Billy Lee Black

Nossa, Strife, Shadow Madness é disparado um dos piores jogos que já joguei na vida. Nada se salva naquela merda, fora os cenários pré-render bonitinhos.

Gamersnake

Não consigo concordar com Valkyrie Profile e Tales of Destiny em tiers tão baixos.

Na verdade, não sei nem se consigo frequentar o mesmo fórum que um monstro capaz de colocá-los nesses tiers.

Se eu sumir da Gamers, já sabem quem é o culpado.

Strife

Quote from: Billy Lee Black on Feb 11, 2016, 16:33:15
Nossa, Strife, Shadow Madness é disparado um dos piores jogos que já joguei na vida. Nada se salva naquela merda, fora os cenários pré-render bonitinhos.

... mas é melhor que Thousand Arms :lol:

Baha

Quote from: Gamersnake on Feb 11, 2016, 16:37:56
Não consigo concordar com Valkyrie Profile e Tales of Destiny em tiers tão baixos.

Na verdade, não sei nem se consigo frequentar o mesmo fórum que um monstro capaz de colocá-los nesses tiers.

Se eu sumir da Gamers, já sabem quem é o culpado.

De nada!  :mrgreen:

Mas vou fazer a ressalva de que no caso do Valkyrie Profile, como eu disse, eu não sei nem se o jogo é mesmo ruim, mas ele não funcionou pra mim. Seria como eu tentando fazer um review do melhor jogo de futebol de alguma plataforma.

Raptor

Cara, PE tem uma puta magnitude, só não tem duração. E porque não é a proposta.

E apesar de Xenogears hoje ser meu RPG favorito, acho que até sobre FF7, acho que não merece ser top tier, porque embora pra me tocar o que importa é o enredo (eis o motivo), ele falha em muitos aspectos como jogo.

Vagrant Story me revoltava quando eu via reviews absurdamente bons sobre ele e o achei estupidamente repetitivo, monótono e "marrom", mas com o tempo fui valorizando ele um pouco mais. Legend of Mana é uma graça (ui), mas acho que é um outro gênero meio loko.

E maldito seja quem falou de Brave Fencer Musashi(den), adorava esse jogo e agora estou coçando baixar pra fazer um remember.

(e reparo que não tive vida pós-32 bits mesmo... só falo dos mesmos jogos desde então)

Billy Lee Black

Quote from: Gamersnake on Feb 11, 2016, 16:37:56Não consigo concordar com Valkyrie Profile e Tales of Destiny em tiers tão baixos. Na verdade, não sei nem se consigo frequentar o mesmo fórum que um monstro capaz de colocá-los nesses tiers. Se eu sumir da Gamers, já sabem quem é o culpado.

Aqui eu já concordo e muito com o Baha. Odiei o Valkyrie Profile. Achei a progressão confusa demais, a história meh e os personagens nada cativantes.

Tales of Destiny 1 é muito chato também. Muito diferente do 2 (o Eternia), que é uma obra prima.

Baha

Lembrando que o 2 não é o eternia. Chamaram o eternia de tod2 aqui no ocidente pra tentar capitalizar no nome, mas foi um erro pq depois saiu um tales of destiny 2 de verdade pra ps2!  Que nunca veio pra cá...