Shining Force: The Legacy of Great Intention

Started by Baha, Jun 16, 2016, 15:59:36

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Baha



Shining Force: The Legacy of Great Intention ou apenas Shining Force é um SRPG lançado para o Mega Drive em 1992 no Japão e que chegou ao ocidente no ano seguinte.

O jogo lembra bastante Arc the Lad 2 (ou mehor, Arc the Lad 2 lembra Shining Force) por ser mais próximo de um JRPG em alguns aspectos, como o fato de possuir cidades que podem ser exploradas, contendo NPCs, eventos, lojas e afins.



Gráficos

Visualmente o jogo tem gráficos simples nas cidades e nos cenários de combate, mas bastante coloridos e com cores agradáveis. As ações em combate são apresentadas com uma visão que mostra sprites grandes e devidamente animados para os envolvidos. O estilo geral, notável principalmente nos retratos, é uma espécie de meio termo entre anime e cartoon.



Trilha sonora

As músicas em geral são bacaninhas e combinam com o estilo do jogo, mas quase nada se destaca muito. Dois problemas são a baixa variedade de músicas e a simplicidade dos "instrumentos" usados, o que chega a lembrar audio de consoles 8 bits. Uma coisa bizarra é a música das cidades. Parece algum midi tosco ultra feliz que lembra música de parque de diversões.

Enredo

O protagonista do jogo é Max, espadachim do reino de Guardiana, que é incumbido de montar um grupo, a Shining Force, com o objetivo de auxiliar seu reino a lidar com uma ameaça vinda do reino de Runefaust, que está fazendo ataques a outras nações em busca de algo. Logo no começo o seu próprio reino é quase destruído e seu grupo acaba se tornando a esperança para descobrir os planos de Runefaust e impedi-los.



A partir disso o jogo se desenrola com seus personagens viajando de região em região, enfrentando hordas de inimigos no caminho. É uma história simples, com muito pouco desenvolvimento para seus personagens e com eventos bastante previsíveis e contados de maneira breve, mas que funciona bem como pano de fundo para os combates. Eventualmente ocorrem algumas situações engraçadas, mas no geral tudo é bem simples.

O mundo é composto por várias criaturas inteligentes que convivem com total naturalidade. Humanos, centauros, homens-pássaro e diversas outras raças humanoides e não-tão-humanoides estão por todos os lugares e possuem representantes tanto no seu grupo quanto entre os inimigos.

A tradução é problemática, com nomes inconsistentes e alguns simplesmente errados, mas não é o pior trabalho que eu já vi nesse sentido.

Gameplay

Existem basicamente 2 jogabilidades: Exploração e combate.

Exploração

A exploração é feita com o protagonista e ocorre principalmente em cidades. Max pode conversar, procurar, comprar, vender e gerenciar o inventário do grupo. Todas as cidades possuem uma construção onde fica uma base provisória da Shining Force, e lá você pode gerenciar seu time que vai entrar em combate e pedir dicas para seu estrategista. Em alguns locais também é necessário usar itens específicos.

Essa jogabilidade de exploração envelheceu mal. A movimentação, que ocorre de tile em tile, é meio travada. Além disso não há um comando simples e unificado para interagir com o que está na sua frente. O botão abre o seu menu, onde você deve escolher se quer conversar ou procurar, o que é bem inconveniente.



O jogo possui diversos missables, dentre personagens e itens. A maioria deles você não vai perder se usar o procedimento padrão de conversar com todo mundo nos locais acessíveis após cada batalha, mas há alguns que exigem procedimentos mais obscuros.

Felizmente, ao menos nesse sentido, o jogo segue uma progressão "road trip" onde você está sempre indo para novas regiões e perdendo acesso às anteriores, o que limita bastante o tamanho do "tudo e todos" que você precisa checar/conversar sempre que história avança. De fato sua área explorável é sempre bem pequena, normalmente contendo uma ou duas cidades e um campo aberto entre elas. Ao contrário de Arc the Lad não existem localidades opcionais no jogo, com exceção de um ou outro cantinho.

Combate

Em combate o jogo se comporta como SRPG clássico. Aliados e inimigos, um de cada vez de acordo com sua agilidade, podem se mover sobre um grid de tiles que compõe o cenário e desempenhar uma ação, que encerra o seu turno. Toda ação que tenha um alvo rende experiência, mesmo que seja um mísero ponto por errar um ataque. A exceção é curar alguém que já esteja com a vida cheia. Isso aliás deixa os healers meio defasados, pois curar costuma dar bem menos experiência que bater.



É tudo bem simples, não há o conceito de frente e costas, elevação e obstáculos para bloqueio de ataques. Existe um sistema de terreno em que determinados terrenos afetam a movimentação de certos tipos de unidades e fornecem redução de dano. Elevação só é levada em conta para bloquear movimentação.

Os personagens são bem variados e contam com várias características distintas. Há as formas de atacar, seja corpo a corpo, à distância ou podendo usar magias, buffs, debuffs e curas. E em termos de movimentação há personagens que podem ignorar penalidades de certos tipos de terreno, ou ainda há aqueles que voam, ignorando completamente o terreno. Todo o seu inventário é aquilo que os personagens estão carregando. Cada personagem tem 4 slots e isso inclui a arma equipada. Apesar disso eu não tive problemas com lotação.



Os confrontos são bastante "delicados", principalmente no começo, quando dois ou três ataques costumam ser suficientes para derrubar um personagem. Isso acaba colocando bastante peso no planejamento estratégico, já que um pequeno erro pode significar perder personagens. Com o tempo suas opções melhoram, tanto pelo número de personagens quanto por suas especializações, e fica mais viável ter seus tanks dando a devida proteção ao grupo, enquanto personagens com maior mobilidade flanqueiam e aqueles com ataque à distância se posicionam com mais segurança.

Felizmente o jogo não tem permadeath e todos os personagens caídos em combate podem ser curados depois em uma igreja por um preço irrisório. A única exceção é o protagonista. Se Max cair, você instantaneamente perde o combate. Isso te joga de volta pra última igreja (que é onde você salva o jogo também) visitada com metade do seu dinheiro, mas mantendo experiência e itens adquiridos (e gastos).

Existe também um pouco de fator sorte pra te atrapalhar ou salvar, com ataques errando ou a possibilidade de críticos e atacar duas vezes na mesma ação. Isso vale tanto pra você quanto para os inimigos.

Seu grupo de combate pode ter até 12 personagens. Parece bastante, mas o jogo tem um cast bem maior que isso e você vai ficar na dúvida na hora de formar seu grupo preferido.



Não há combates opcionais e nem a possibilidade de repetir combates, mas o protagonista é capaz de a qualquer momento fugir de um combate teleportando todo mundo de volta pra igreja, sendo que ele recomeça do início ao retornar, mantendo o que conseguiu (é como ser derrotado, mas sem perder metade do dinheiro). É assim que, se o jogador quiser, é possível grindar, apesar de isso não ser necessário e uma reavaliação estratégica normalmente ser suficiente para superar qualquer batalha difícil.

O jogo de forma geral é legal, principalmente pelo modo como um pouco de cérebro de fato funciona bem para vencer, mas tem suas deficiências. Qualquer time é viável, mas alguns personagens são claramente desequilibrados. A IA dos inimigos em diversos cenários possui comportamentos idiotas e arbitrários, como inimigos que não avançam enquanto você não chegar a um certo ponto do cenário. Ou que simplesmente nunca se mexem mesmo (sendo que deveriam). Outro problema é que alguns cenários são amplos demais, tornando as batalhas lentas e tediosas, principalmente quando envolvem terrenos dificultando a movimentação de todo mundo. O pior é que a segunda batalha do jogo já é um forte exemplo disso!